No primeiro jogo da Copa do Mundo capaz de deixar a torcida entediada, a Croácia venceu a Nigéria por 2 a 0, com gol contra de Etebo e pênalti bem batido por Modric. Durante o primeiro tempo, os espectadores chegaram a reclamar do ritmo da segunda partida do Grupo C, que teve atuação do árbitro brasileiro Sandro Ricci.
É a mesma chave que teve empate entre Argentina e Islândia mais cedo neste sábado (16), de modo que os croatas agora ocupam a liderança isolada. As seleções dos argentinos e islandeses dividem a segunda colocação.
Na próxima quinta-feira (21), a Croácia enfrenta justamente a Argentina às 15 horas (de Brasília), no Estádio Nijni Novgorod. A Nigéria entra em campo em Volgogrado no dia seguinte, às 12 horas, contra a Islândia.
O melhor: Modric
Mesmo atuando mais recuado que o habitual, o que motivou críticas ao técnico da Croácia antes do apito inicial (leia abaixo para entender a opção do treinador), o meia do Real Madrid ditou o ritmo do meio-campo e de toda a partida. Quando Mandzukic foi derrubado dentro da área por Troost-Ekong aos 24 do segundo tempo, Modric cobrou o pênalti com categoria e acertou o canto esquerdo do gol.
O pior: Etebo
Três dias de Copa do Mundo, dois gols contra. É difícil avaliar o jogo da Nigéria sem considerar o gol de Etebo contra a própria meta, que expôs a fragilidade da estratégia defensiva da equipe africana. O lance ocorreu após dois toques de Kramaric e Mandzukic, que comemoraram muito o azar do nigeriano.
Por Kramaric, Modric e Rakitic recuam
Aos 32 minutos do primeiro tempo, Modric cobrou escanteio pela direita do ataque, viu o gol acontecer e correu para abraçar Kramaric, o primeiro a desviar a bola na jogada. A dupla agiu como se Etebo não tivesse marcado contra, mas a cena retrata um pouco do protagonismo dos dois melhores da Croácia neste sábado. Curiosamente, estes jogadores também estavam no centro das mudanças feitas por Zlatko Dalic.
Causou estranheza o fato de o treinador ter recuado Modric e Rakitic como únicos volantes, sem nomes de maior contenção atrás. No Real Madrid e Barcelona, seus respectivos clubes, costumam atuar protegidos por marcadores como Casemiro e Busquets. A mudança tinha como objetivo central dar mais liberdade ao atacante Kramaric nas costas de Mandzukic, fazendo o papel de um meia-atacante.
Com a postura defensiva da Nigéria, Kramaric só teve condição de chutar e cabecear para o gol algumas vezes porque se inseriu bem na área adversária e construiu o próprio espaço. Enquanto os marcadores se preocupavam em limitar o campo de ação de Mandzukic, astro do ataque, o jogador do Hoffenheim era cercado por apenas um adversário.
Meia hora sem chutes a gol
Exatos 32 minutos foram necessários para que a primeira finalização fosse em direção a uma das metas, e foi justamente no lance que culminou no gol contra de Etebo. O toque feito por Mandzukic antes do desvio do nigeriano foi uma das duas boas jogadas do atacante no primeiro tempo. A outra foi um pivô feito para Perisic finalizar por cima do travessão.
É preciso dizer que o jogador da Juventus, da Itália, tem se acostumado a atuar pela esquerda, onde joga Perisic, e passou boa parte dos 45 minutos em situação de isolamento; na etapa final, cresceu no comando do ataque.
A arbitragem brasileira de Sandro Ricci
O único árbitro brasileiro na Copa da Rússia teve uma partida de estreia relativamente tranquila. Aos 24 do segundo tempo, acertou ao apitar o claro pênalti de Troost-Ekong, que agarrou Mandzukic pelas costas em um lance fora da bola.
Antes disso, só foi questionado de forma mínima quando deu falta de Rakitic em Etebo no primeiro tempo, em lance que provavelmente também teria sido apitado por outros brasileiros, mas não por árbitros europeus. Vale lembrar que Sandro Meira Ricci já havia atuado como quarto árbitro na partida de abertura do Mundial, na goleada da Rússia sobre a Arábia Saudita.
O som das arquibancadas…
…Não era positivo. Antes do gol que tirou o zero do placar, aos 32 do primeiro tempo, a torcida em Kaliningrado chegou a se mostrar muito impaciente com o futebol apresentado. E com razão, já que é possível dizer que este foi o jogo menos vibrante do Mundial até o momento. Não que isso seja problema para a Cróacia.
FICHA TÉCNICA
CROÁCIA 2 X 0 NIGÉRIA
Data e hora: 16 de junho de 2018, às 16 horas (de Brasília)
Local: Estádio de Kaliningrado
Árbitro: Sandro Ricci (Brasil)
Auxiliares: Emerson de Carvalho e Marcelo van Gasse (ambos do Brasil)
Cartões amarelos: Rakitic, Brozovic (Croácia); Troost-Ekong (Nigéria)
Gols: Etebo, contra, aos 32 minutos do primeiro tempo, e Modric, aos 25 do segundo (Croácia)
CROÁCIA: Subasic; Vrsaljko, Lovren, Vida e Strinic; Rakitic, Modric, Rebic (Kovacic), Perisic e Kramaric (Brozovic); Mandzukic (Pjaca)
Técnico: Zlatko Dalic
NIGÉRIA: Uzoho; Shehu, Troost-Ekong, Balogun e Idowu; Etebo, Ndidi, Moses, Iwobi (Musa) e Mikel (Simy); Ighalo (Iheanacho)
Técnico: Gernot Rohr
Fonte: UOL
Créditos: UOL