A decisão do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de suspender o cronograma de implementação do novo ensino médio e barrar alterações previstas para adequar o Enem a essa reforma vai afetar até 2,9 milhões de estudantes.
O ministro da Educação, Camilo Santana, confirmou nesta terça (4) que vai assinar uma portaria que suspende os prazos de implementação do novo ensino médio e também as mudanças no exame em 2024 -ano em que o processo de mudança curricular estaria concluído.
A suspensão foi decidida, em grande parte, como forma de amenizar o desgaste que o governo tem sentido com o movimento que pede a revogação da reforma, em vigor desde o ano passado.
O novo ensino médio foi aprovado em 2017, no governo Michel Temer (MDB), por medida provisória, e o cronograma de implementação foi definido durante o governo Jair Bolsonaro (PL).
Em linhas gerais, a política reformulou a grade curricular dos anos finais da educação básica, de forma a prever que 40% da carga devem ser destinados a disciplinas optativas organizadas dentro de grandes áreas do conhecimento, os chamados itinerários formativos. Assim, as disciplinas tradicionais, comuns aos estudantes, ficam limitados a 60% do currículo.
A implementação para os alunos começou em 2022, no 1º ano da etapa, quando todas as redes estaduais do país precisaram se adequar. A maior parte das escolas privadas fez o mesmo.
Em 2023, a mudança seguiu para os estudantes do 2º ano e, em 2024, alcançaria as turmas do 3º, completando o ensino médio. Mesmo diante de fortes críticas de precarização da oferta escolar, esse cronograma vinha sendo seguido pelas redes de ensino.
Dados do Censo Escolar de 2022, o mais recente, indicam que 2,9 milhões de alunos no 1º ano e (descontando os índices de evasão e abandono) estariam aptos a cursar o 2º ano neste 2023 -sendo, portanto, um contingente potencial de candidatos ao Enem em 2024, quando devem concluir o ensino médio.
Fonte: Notícias ao Minuto
Créditos: Notícias ao Minuto