A velocidade de adoção de soluções à distância voltadas para o ensino nos últimos meses não tem precedentes. No curto prazo, escolas e educadores resistentes aos recursos digitais se viram, de uma hora para a outra, obrigados a considerar e em muitos casos a utilizar ferramentas que outros já vinham usando há muito tempo. Com a experiência da pandemia, instituições de ensino tradicionais estão percebendo que o aprendizado remoto não só é possível, mas também eficiente e escalável.
Por ser a modalidade de ensino que mais tem crescido no país, muitos especialistas em educação começam a perceber um aumento no apetite dos alunos por esses tipos de oferta, com projeção de crescimento ainda maior no pós-pandemia. Essa compreensão já está sendo comprovada, ao menos, como apontado no estudo anual elaborado pela Pearson, o Global Learner Survey, no qual 7 mil pessoas foram consultadas em 7 países (Austrália, Brasil, Canadá, China, Estados Unidos, Índia e Reino Unido). O estudo revelou que quase 80% dos estudantes entrevistados acreditam que os ensinos fundamental, médio e superior mudarão por causa da pandemia. Além disso, quase 90% deles dizem que a aprendizagem online passará a ser parte integral desses três segmentos educacionais.
A percepção não é distinta da realidade observada nas escolas brasileiras nos últimos anos. Entre 2014 e 2018, o ensino mediado pela tecnologia teve um incremento de 53%, enquanto a modalidade presencial encolheu 1% no mesmo período, segundo dados do último Censo de Educação Superior do INEP. E dentro desse cenário se destacam as edtechs, que já vivenciavam um crescimento considerável antes da pandemia. Um estudo feito em 2019 pela Associação Brasileira de Startups (ABStartups) revelou que em dois anos houve um aumento de 23% no número de edtechs no Brasil.
A demanda por novas tecnologias neste momento pode ter um efeito positivo sobre as empresas que atuam no setor, realizando uma transição eficaz do presencial para o digital por meio da criatividade e da utilização de ferramentas adequadas. Um exemplo de tecnologia que vem sendo adotada durante a pandemia é a abordagem de aprendizado conhecido como ensino adaptativo, que utiliza softwares e ferramentas tecnológicas como dispositivos que promovem o ensino interativo e o aprendizado personalizado.
Essas plataformas de estudos interagem com os alunos ao disponibilizar aulas, exercícios e simulados gameficados com feedback em tempo real. Em um segundo momento, elas mapeiam seus pontos fortes e fracos, bem como como as lacunas identificadas no aprendizado. A partir desses dados, as plataformas de estudos indicam os conteúdos que são mais adequados ao tempo disponível para estudar, assim como oferecer uma trilha personalizada baseada em relatórios com informações individuais. Nela, padrões de comportamento ficam registrados, assim como gráficos de performance por tópico estudado.
Para o vice-presidente Mangahigh Brasil, George Balbino, a tendência é que a inteligência artificial, machine-learning e a robótica sejam temas incorporados cada vez mais nos currículos das instituições de ensino e no cotidiano dos jovens. “A automatização de muitas profissões atualmente lastreadas em processos manuais e até mesmo analíticos vão demandar novas funções e profissões para as quais os jovens que hoje estão em idade escolar precisarão estar aptos a desempenhar. Nesse contexto, uma janela de oportunidades pode se abrir aos brasileiros, obviamente, mais ainda para aqueles que estiverem imersos na cultura digital, a competência 5 da BNCC”, comenta.
Fonte: Assessoria
Créditos: Polêmica Paraíba