Nesta segunda-feira (20) o novo reitor eleito do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), Maurício Gariba Júnior, assumiria a instituição. A posse dependia apenas do Ministério da Educação (MEC). No entanto, o órgão designou um reitor temporário, que informou em nota que abdicou do comando.
A portaria número 406 do MEC designou Lucas Dominguini, que é atual diretor do campus em Criciúma, no Sul do Estado, como reitor pro tempore. A publicação assinada pelo ministro Abraham Weintraub saiu nesta segunda-feira (20) no Diário Oficial da União. A não nomeação do reitor eleito pegou a comunidade acadêmica de surpresa.
Por causa da pandemia do novo coronavírus, a instituição que tem mais de 50 mil alunos e 2,5 mil servidores havia suspendido as atividades presenciais até 30 de abril. Em Santa Catarina, o Governo mantém a suspensão das aulas até 31 de maio.
“Na sexta-feira (17) já tínhamos a sensação de que algo não estava bem porque a Comissão Eleitoral protocolou o processo no MEC e vinhamos acompanhando. No dia 15 de abril, surgiu um outro protocolo que era nomeação de um pro tempore, a partir daí ficamos preocupados e começamos a tentar buscar informações do porque deste pro tempore. Não tivemos nada oficial justificando a nossa não nomeação, não sabemos o motivo dessa movimentação por parte do MEC”, afirma Maurício Gariba.
O professor Lucas Dominguini informou ao G1 que solicitou ao Mec que torne a publicação desta segunda-feira sem efeito. Ele havia se colocado à disposição de diálogo quando foi sondado pelo MEC para ser reitor temporário.
“Mas na sequência abdiquei da nomeação. Manifesto meu compromisso com o processo democrático do IFSC e com a conclusão da transição em Criciúma, até a posse do novo diretor eleito”, informou Dominguini em nota.
Maurício Gariba foi eleito em segundo turno no dia 5 de dezembro de 2019. Ainda no ano passado, o IFSC finalizou o processo eleitoral e encaminhou para análise do MEC. A previsão era que ele assumisse o cargo nesta segunda-feira (20). O mandato é de quatro anos. .
Segundo o professor Maurício, desde que foi eleito, ele tentava reuniões com o MEC, mas não teve sucesso. “Tentamos por várias vezes reunião com secretário da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec), na qual estamos subordinados, pra nos aproximarmos, mas não conseguimos”, diz Maurício.
O G1 procurou o MEC por meio da assessoria de imprensa e aguardava retorno até a publicação desta reportagem.
Quatro candidatos disputaram a eleição, que também escolheu os diretores-gerais em todos campi. A primeira votação foi em novembro e o segundo turno, em dezembro. O nome mais votado na consulta pública foi encaminhado para o MEC.
Quando a análise não é finalizada, o MEC nomeia um reitor temporário. No entanto, o motivo para nomeação do pro tempore não foi informada ao reitor eleito, nem ao temporário, assim como ao IFSC.
Fonte: G1
Créditos: G1