Mais de oito milhões de alunos que deveriam estar estudando durante a pandemia não tiveram atividades escolares em julho, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (20) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O número corresponde a 19,1% dos estudantes de 6 a 29 anos. Eles não incluem estudantes que estiveram em férias no período que, de acordo com o IBGE, eram 4 milhões (8,9%). Outros 32,6 milhões tiveram acesso às atividades escolares (72%).
“A pesquisa mostra grandes diferenças entre as regiões do país. No Norte, quase 40% dos estudantes do ensino fundamental e quase metade dos [alunos] do ensino médio ficaram sem atividades escolares em julho”, afirma Maria Lúcia Vieira coordenadora da pesquisa.
“Quanto menor a renda da família, maior o percentual de estudantes que não tiveram atividades escolares durante a pandemia”, observa. No Sul, 91,7% dos que estavam no fundamental e quase 90% dos estudantes do ensino médio realizaram atividades escolares.
Aulas suspensas
As aulas presenciais estão suspensas desde março em todo o Brasil e, na maioria dos estados, ainda não há previsão de reabertura das escolas.
Apesar do período prolongado — já são cinco meses de escolas fechadas — 79% dos brasileiros afirmam que as escolas devem continuar fechadas por mais dois meses, para não agravar a pandemia, segundo pesquisa Datafolha. Mais de 80% dos alunos do ensino fundamental e médio estudam na rede pública.
O Ministério da Educação (MEC) afirmou no início do mês que não sabia quantos alunos tinham acesso às atividades remotas durante a pandemia. Um balanço divulgado pelo G1 apontou que 60% dos estados monitoram as atividades remotas. Os índices mostram que as aulas on-line não são acompanhadas por todos os alunos.
Nesta quarta (19), presidente Jair Bolsonaro (sem partido) vetou que o governo federal desse assistência financeira para que Estados e municípios promovessem o ensino remoto. Ele vetou também a autorização para que recursos da merenda escolar fossem transferidos para pais e responsáveis dos estudantes durante a pandemia. A medida era defendida por especialistas para garantir uma alimentação adequada às crianças, especialmente aquelas em vulnerabilidade social.
Fonte: G1
Créditos: G1