Erick Rangel, de 17 anos, é estudante de escola pública e está na lista de espera para o ingresso no curso de engenharia de produção, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), através do Sistema de Seleção Unificada (Sisu). A primeira chamada da lista foi divulgada na última sexta-feira (11), mas não há mais vagas para os inscritos através das cotas para estudantes de escola pública. Também inscrito através desta cota, uma das pessoas que ocupou a vaga foi o reitor da própria instituição, Valdiney Gouveia.
Recentemente, o reitor compartilhou nas suas redes sociais que foi aprovado para o curso através das cotas destinadas aos estudantes oriundos de escola pública. Ele foi classificado com 638,9 pontos.
A família do estudante, ficou surpresa ao saber que o reitor utilizou o sistema de cotas. “Falta de ética da parte dele”, comentou Edineia Rangel, mãe do estudante.
Erick é natural de Vitória da Conquista, na Bahia, e atualmente mora com a família no município de Mirante, no mesmo estado. Edineia conta que seu esposo é pernambucano, filho de paraibanos, e que as tias de Erick moram em João Pessoa. “Eu tinha comentado com ele para morar com uma de suas tias e fazer o curso. A gente considerava o deslocamento da nossa cidade para João Pessoa”.
O estudante confessou que estava esperançoso com a possibilidade de ser aprovado através da chamada de espera: “Eu fiquei em 5º de quatro vagas, achei que se abrisse qualquer vaga, eu entraria através da lista de espera”, diz Erick. “Eu pretendia cursar, meu pai fez ensino médio em João Pessoa e também estava animado”.
Quanto à utilização das cotas pelo reitor para ingressar no curso, o jovem lamenta: “se não fosse eu, outra pessoa estaria prejudicada”.
O estudante queria passar em uma universidade federal, pois, segundo a mãe, a condição financeira da família não o permite estudar em uma faculdade particular no momento. Ele também afirma que escolheu o curso por desejo próprio, mas que seu pai também estava feliz com a possibilidade de ficar mais perto de parte da família na Paraíba.
Fonte: G1PB
Créditos: Polêmica Paraíba