Após ver filho sofrer agressão paterna, costureira acredita que o futebol é o socorro para ele superar trauma
Muito tem se falado no amor incondicional de uma mãe, desde que a novela global “Amor de Mãe” estrou no horário nobre da TV. A ficção muito se assemelha à vida real em que muitas genitoras que não medem esforços para ver os filhos felizes. Assim é o caso da costureira Maria de Fátima Romão, de 51 anos. Atrás da máquina de costura, ela tira o sustento da família e, pelo computador, se debruça na vaquinha online que criou para realizar o sonho do filho Alisson, de ser jogador de futebol.
Para Alisson, de 17 anos, jogar futebol não é um capricho de adolescente que sonha em ganhar fama no cenário esportivo. É uma forma de superar uma realidade difícil, marcada por agressão sofrida pelo próprio pai.
Alisson foi afastado da convivência paterna, por medida judicial, ainda na infância. Assim, a sua mãe passou a sustentar a família sozinha. Para evitar que o filho ficasse traumatizado, Maria de Fátima investiu o que podia nos estudos e na prática de esportes. “Depois da agressão, eu só reforcei esse sonho dele. Coloquei em várias escolinhas de futebol. Ele treinou durante cinco anos com Paulo Mata, que foi um grande jogador do Bahia, quem também me incentivou muito a encaminhar Alisson por esse caminho”, relembra a costureira.
Desde então, além de manter os estudos em dia, Alisson tenta manter o foco em melhorar cada vez mais o talento com a bola, mesmo não sendo fácil financeiramente. “Ele fazia teste aqui e ali e era só frustração. Chega a ser desumano essas peneiras… num sol escaldante e, muitas vezes, sem estar alimentado, além de eu também muitas vezes não ter como custear porque não é barato”, conta a mãe.
A desistência quase bateu na porta e foi aí que Maria ficou mais aflita. Com o avanço da idade e sem engatar de fato, Alisson desenvolveu um princípio de depressão. E, mais uma vez, o futebol o ajudou. Com apoio de amigos, Maria conseguiu o pagamento da primeira mensalidade em uma escola de futebol de referência, a Next Academy – onde alunos com bons rendimentos são encaminhados para times grandes nacionais e internacionais. O brilho no olho do jovem voltou, mas a falta de dinheiro novamente se fez presente. Maria de Fátima seguiu acreditando no talento e na força de vontade do filho, que para ela sempre foi motivo de alegria.
Com a primeira mensalidade paga, Alisson precisará investir agora em materiais como chuteira, uniformes, acompanhamento profissional e alimentação adequada para começar as aulas. Tudo isso está incluso no valor estipulado para a vaquinha online. Os gastos são relativos ao período de um ano, tempo em que Alisson estará na escola de futebol.
“Pedimos, principalmente, orações, pois só em Deus tudo é possível. Além do financeiro, que se faz necessário, ele precisa também de um nutricionista para elaborar um cardápio específico para atletas e uma academia com instrutor para acompanhá-lo nos exercícios”, reforça a mãe.
Fonte: Agência Educa Mais Brasil
Créditos: Agência Educa Mais Brasil