Francisco Airton

“RACISTAS SÃO OS OUTROS”! A negativa de Mourão quanto ao racismo estrutural no Brasil seguirá matando negros e massacrando minorias pelo país?

implícito

“RACISTAS SÃO OS OUTROS”! A negativa de Mourão quanto ao racismo estrutural no Brasil seguirá matando negros e massacrando minorias pelo país?

Em entrevista concedida no ano passado, o antropólogo Kabengele Munaga, congolês naturalizado no Brasil, doutor em Antropologia pela USP, disse que “No Brasil o racismo é implícito. De fato, ele nunca foi oficializado nos princípios da pureza de sangue, da superioridade e da inferioridade racial. Por causa dessa ausência de leis segregacionistas, os brasileiros não se consideram racistas, quando se comparam aos demais países. Se olham nos espelhos sul-africanos, americanos e nazistas e se percebem sem nenhuma mácula, em vez de se olharem em seu próprio espelho. Assim ecoa, dentro de muitos brasileiros, uma voz muito forte que grita ‘não somos racistas! racistas são os outros!’ Essa voz forte e poderosa é o que chamo inércia do mito da democracia racial”.

E daí se morrerem outros milhares? Candidatos cedem as pressões e lavam as mãos para consequências pós eleições - Por Francisco Airton

ano atípico

E daí se morrerem outros milhares? Candidatos cedem as pressões e lavam as mãos para consequências pós eleições - Por Francisco Airton

Em um ano de eleição totalmente atípico, o Brasil foi as urnas no último domingo, 15 de novembro, para escolher seus novos representantes para suas respectivas prefeituras e câmaras municipais. Houve, até bem antes, quem alertasse de que este não era o ano ideal para a realização de eleições pelo país, haja vista os problemas de saúde e de mortes provocados por uma pandemia que assolou o mundo, com um vírus letal (o coronavírus) infectando e matando milhões de pessoas! A terra, literalmente, parou para entender o que estava ocorrendo, enquanto a economia estagnava e pessoas, também, perdiam seus empregos e morriam (e ainda morrem) contaminadas, de fome, de tristeza e, até mesmo por depressão profunda, em meio a uma pobreza extrema!

Não me representa! A eleição tem sido sempre um excelente balcão de negócios para eleitores e candidatos - Por Francisco Airton

eleições

Não me representa! A eleição tem sido sempre um excelente balcão de negócios para eleitores e candidatos - Por Francisco Airton

“Desde a proclamação da República Brasileira, seguindo-se a promulgação da constituição de 1891, o Brasil adotou um modelo presidencialista de democracia representativa por meio de sufrágio direto, embora as eleições que ocorreram sob esta Carta tivessem baixa participação popular, restrições grandes quanto ao eleitorado e apresentassem um alto número de fraudes e manipulações relacionadas à prática do coronelismo. O panorama foi alterado com a Carta de 1946 — uma vez que a de 1934 não contemplou eleições presidenciais senão a primeira, de caráter excepcional, e a de 1937 previa eleições que nunca se concretizaram —, que ampliou o eleitorado e instituiu o voto secreto”.

“Quando entrar Setembro” - O amarelo como a cor definitiva para o alerta contra a depressão e o suicídio - Por Francisco Airton

Alerta

“Quando entrar Setembro” - O amarelo como a cor definitiva para o alerta contra a depressão e o suicídio - Por Francisco Airton

Getúlio Vargas, Robin Williams, Marilyn Monroe, Heath Ledger, Santos Dumont… Políticos, atores e atrizes, gênios que como única saída para um problema próprio acabaram abreviando a própria vida! E olha que nem estavam vivendo uma pandemia para se sentirem tão desiludidos. Todos, aparentemente, bem-sucedidos em seus ofícios, respeitados e admirados. O que, então, pode levar […]

BRASILIA, BRAZIL - AUGUST 19: Paulo Guedes Minister of Economy of Brazil speaks during a ceremony to sanction the provisional measure that facilitates access to bank credit at the Planalto Palace on August 19, 2020 in Brasilia, Brazil. The bill creates a credit program for individual microentrepreneurs, micro, small and medium-sized companies. The program's objective is, through guarantees, to facilitate the obtaining of loans by companies to mitigate the economic impacts of the Covid-19 pandemic. (Photo by Andre Borges/Getty Images)

Congresso Nacional

A reforma de Guedes e a falsa proposta para os tão esperados “cortes de privilégios” - Por Francisco Airton

Já está no Congresso Nacional, enviada pelo Governo Federal, a proposta de reforma administrativa. Não estranhamente, o texto não prevê alteração das regras para magistrados, parlamentares, militares e membros do Ministério Público, que são as categorias com maior remuneração. Por que será, hein? Nessa proposta, já se pode adiantar, o que propõe o ministro da […]

Saindo do “cercadinho”! A imprensa deve mesmo abandonar Bolsonaro? - Por Francisco Airton

Relação Tumultuada

Saindo do “cercadinho”! A imprensa deve mesmo abandonar Bolsonaro? - Por Francisco Airton

E já não era sem tempo. O jornal Folha de S. Paulo e o Grupo Globo anunciaram na última segunda-feira (25) a suspensão da cobertura jornalística do Palácio da Alvorada, por absoluta falta de segurança para seus profissionais. Confesso que me incomodava - e ainda incomoda - a passividade dos profissionais de imprensa que, de cabeças sempre abaixadas, aceitavam e outros, na verdade, ainda aceitam, as humilhações a que são submetidos todos os dias pelo Presidente da República e o seu rebanho no “cercadinho” que ele, Bolsonaro, instalou na saída do palácio! É bem verdade que o profissional de imprensa, antes de tudo, é um trabalhador como outro qualquer, que tem deveres, obrigações e por conta disso se vê obrigado a comparecer ao curral que foi montado ali, forçados pelos donos das empresas de notícias, que diretamente são beneficiados pelo poder público. No entanto há de se perguntar: E a dignidade desses profissionais? É que muitos acabam deixando toda a dignidade atrás da porta antes mesmo de saírem para o trabalho! “Nunca antes na história desse país”, a imprensa foi tão desqualificada, tão maltratada por um governante. A mesma imprensa, antes chamada por muitos de o “quarto poder”, prestar-se a um papel desses! Muitos jornalistas pelo país chegaram a sofrer agressões que ultrapassaram as vias do verbo! Alguns foram agredidos fisicamente sem que qualquer medida fosse adotada pela autoridade maior ou por quem quer que seja (reclamei isso, inclusive, em artigo anterior)! É a imprensa brasileira – definitivamente – posta de joelhos por pessoas ignorantes, raivosas e completamente entorpecidas por um ódio que vem sendo emanado, didaticamente, desde muito antes mesmo de o governo que aí está, assumisse o posto. Uma prática – diga-se de passagem – que também foi alimentada e conservada pela própria mídia de direita que sempre quis ver pelas costas a esquerda, mesmo diante dos muitos acertos praticados por todo o período em que esta governou o país! Que ódio gratuito é esse? Incomoda tanto assim se fazer o correto? Pois muito bem. E foi exatamente todo esse ódio conservador que acabou nos levando a esse estado de coisa! A cega estupidez que acaba não permitindo que essa mesma mídia corporativa possa aceitar que fez uma grande m ... ao ajudar no golpe que acabou por eleger criaturas tenebrosas que estavam já a tanto tempo à espreita, escondidas nas sombras, só esperando o momento certo para poder agir! O didatismo foi tão perfeito que, mesmo diante de tantos desmandos, do destrato para com o povo e a desconstrução gradativa do país na derrubada da democracia, os responsáveis pela doutrinação do ódio continuaram a jornada rumo a derrocada da nação! Não basta apenas ter um governante insano, despreparado e genocida para que as pessoas dominadas saiam do transe a que foram submetidas e reajam no sentido de dar um basta no caos que se instaurou no Brasil. Apesar de tudo, vale ressaltar que ainda há a chamada luz no fim do túnel. Algumas pessoas que participaram ativamente desse projeto danoso de desconstrução, começam aos poucos a acordar e sentir que deram um tiro no pé ao elegerem o Capitão e que, por conta das suas participações no projeto de transformação, são motivo de chacota, dentro e fora do país e (aqueles que são artistas) passaram a ser odiados por metade dos fãs – pois eram admirados tanto por esquerda quanto direita - e que agora começam, também, a perder a admiração de outra parcela (formada por aqueles que inicialmente concordaram com a proeza e agora se descobrem ludibriados)! Pouco a pouco as pessoas começam a acordar do sono do engodo e isso, de certa forma, assusta um governo totalmente construído nas fake News e nas promessas de transformação. Ele fica cada dia mais feroz e insensível e arquiteta novas estratégias para se manter no comando ameaçando pessoas e assustadoramente ameaçando as instituições! Não, não foi um bom negócio para o país ter colocado no poder alguém movido a ódio e sem qualquer traço de polidez no trato com os que lhe parecem ameaçar o poder! Alguém desbocado (como se viu na grande reunião de ministros – todos do mesmo quilate – onde se discutiu de tudo, estratégias maquiavélicas e hemorroidas e menos soluções para o povo). Estão destruindo deliberadamente um Brasil que, mesmo por um curto período, foi tratado de igual para igual, admirado e respeitado lá fora por governantes e grandes nações! E os berros para com jornalistas ecoam pelo mundo: “Cala essa boca”! “Aqui quem manda sou eu”! “Próxima pergunta”! Jornalistas amordaçados e humilhados por uma horda vociferante e ameaçadora diante dos olhos de um mundo atônito! É a dignidade de profissionais jogada no chão do “cercadinho” e pisoteada pela manada enfurecida, que segue apenas o som do chicote do Capitão! Que imprensa é essa? Rendida e subalterna? Não dá para acreditar que homens e mulheres, profissionais que elegem e derrubam governantes, tenham agora que se submeterem ao julgo desse governo que ela mesma ajudou a eleger (falo com ressalvas pois, apesar de tudo o que já foi dito aqui, ainda existem profissionais comprometidos com a verdade dos fatos)! Foram necessários meses de descaso e humilhações sofridas por muitos dos seus profissionais para que algumas grandes empresas, antes, responsáveis por essa situação, resolvessem tomar uma atitude. Cinegrafistas estão sendo, a todo momento, agredidos em pleno exercício das suas funções, tudo em nome de um patriotismo desmedido e destorcido e, sem propósito. A prova é tanta que, a manada colérica, agride o profissional de determinada emissora sempre que a notícia não estiver do seu agrado! Antes das agressões, o próprio Bolsonaro criticou a imprensa. "No dia que vocês tiverem compromisso com a verdade, eu falo com vocês de novo". Numa prática que tem sido recorrente diariamente na porta da residência oficial. E no momento em que parece ter acendido a lanterna da “vergonha na cara” eis que surgem os primeiros veículos da mídia corporativa a boicotar a cobertura na porta do Palácio da Alvorada. A gota d’água veio após novo episódio de agressões a jornalistas na última segunda-feira, 25. Após uma série de hostilidades a jornalistas incentivadas pelo próprio Bolsonaro, Folha de São Paulo e Globo suspendem cobertura no Alvorada. "O jornal pretende retomar a cobertura no local somente depois das garantias de segurança aos profissionais por parte do Palácio do Planalto", diz o jornal. Já o Grupo Globo anunciou que os jornalistas encontrarão maneiras seguras de apurar e relatar o que se passa ali, sem prejuízo do público. E já não era sem tempo! Ao perceber que alguns jornalistas não estavam cobrindo suas declarações, Bolsonaro reclamou: "estão se vitimizando. Quando levei a facada não falaram nada. Não vi a Folha falando "quem matou Bolsonaro?", continuou. Após esse posicionamento das empresas jornalísticas, as opiniões no meio, surgiram favoráveis e contrárias. A atitude foi correta? Claro que foi a mais acertada! A ação nos fortalece enquanto profissionais e se isso ainda não é o suficiente para que nos seja devolvida a nossa importância devida como profissionais, ela vem claramente demonstrar que os governantes passam e são esquecidos (ou não), enquanto que o jornalista será sempre “o jornalista”. Ninguém vai lhe tirar o talento! Afinal, quem precisa do jornalista é o Bolsonaro! E ele começa a descobrir isso! Por tanto, chega de descaso e desfeitas, o jornalista não precisa ser submetido ao julgo de qualquer governo, ao ponto de ser destratado por ele – quando deveria ser o contrário! Ao jornalista não lhe cabe ser esnobe e nem tampouco sentir-se a estrela mais brilhante da constelação. O que exigimos na verdade é mais respeito e a proteção legal por parte dos nossos representantes enquanto categoria e enquanto governantes. Que a lei se faça valer para que sejam resguardados os direitos do profissional e do cidadão. Que ele possa entender, de uma vez por todas, a sua importância em qualquer sociedade enquanto formador de opinião e principal instrumento de transformação.