Desde o início da manhã desta terça-feira (28) a Grande João Pessoa registra um grande volume de chuvas.
Carros abandonados com água quase até o teto, diversos pontos de alagamento e trânsito interrompido, além do alerta do Inmet com previsões de mais chuva com a possibilidade de corte de energia elétrica nas próximas horas.
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Em proporções menores que as enchentes que castigam o RS, que já deixaram 166 vítimas e milhares de desabrigados, a capital paraibana vive mais um risco, que foi potencializado pelas inundações, o aumento de casos de leptospirose.
As cidades gaúchas já registraram, 4 mortes, 76 casos confirmados e 1,25 mil em investigação. Até este sábado (25), a Secretaria Estadual da Saúdes (SES) havia registrado quatro mortes pela doença, 76 casos confirmados e 1.256 casos em investigação. Ainda há outros 10 óbitos sendo investigados no estado.
Entenda quais os riscos de contato com água de chuva em alagamentos
Qual o risco de pisar na água da chuva? Como evitar a leptospirose?
Períodos de chuvas e consequentes alagamentos — como os que o RS e agora em João Pessoa— trazem todo ano uma grande preocupação: a possível transmissão de doenças como leptospirose e micoses.
A chuva é um importante fator de carregamento de bactérias e fungos, e o contato com a água contaminada favorece essas e outras doenças. Enquanto a primeira é causada por uma bactéria, a segunda vem de um fungo.
Geralmente, os sintomas da leptospirose costumam regredir depois de alguns dias, mas ainda assim existe a possibilidade de o quadro evoluir e causar até a falência de órgãos. O Brasil, por exemplo, registra uma média anual de 375 mortes pela infecção.
O que é a leptospirose e como ela é transmitida:
- •É infecção causada pela bactéria Leptospira interrogans.
- É transmitida pela urina de ratos.
- Quando chove em excesso, a leptospira é transferida para a água — além disso, quando a água sobe, ratos nadam e também podem urinar diretamente em enchentes.
- A bactéria se mantém viva na água da chuva e pode permanecer nos resíduos úmidos, como a lama.
- Sendo assim, pode haver a transmissão da água para as pessoas.
- Casos em que uma pessoa transmite leptospirose para outra são raríssimos.
Sintomas e formas de contágio após contato com água contaminada
A bactéria se aproveita para invadir o organismo através de pequenas lesões, mas também tem facilidade para penetrar pelas mucosas da boca e dos olhos.
Os sintomas são muito parecidos com os de doenças virais, como febre, mal-estar, náusea, diarreia, manchas vermelhas pelo corpo, entre outros. Só um exame de sangue pode confirmar o diagnóstico.
Em casos mais graves, a leptospirose pode atacar o fígado, deixando a pela amarelada.
Também pode causar dores musculares intensas, especialmente nas panturrilhas, deixar os olhos vermelhos e o pulmão encharcado. Geralmente, quando o indivíduo infectado morre, é devido a hemorragias nos pulmões e no intestino.
Existe tratamento?
•A conduta em casos de leptospirose inclui o uso de antibióticos, como a penicilina, e outros medicamentos para aliviar os sintomas. •Não há vacina para humanos — o imunizante só existe para animais.
Para evitar o contágio por ambas as doenças, o ideal é não pisar em locais alagados e em poças enlameadas após chuvas. Caso seja necessário acessar lugares assim, é indicado o uso de botas de borracha e luvas.
Até o momento do fechamento dessa matéria, nossa equipe ainda não consegui contato com a secretária municipal de saúde para esclarecimentos de medidas de proteção, prevenção e cuidados para casos de leptospirose na capital