O programa Domingo Espetacular, da Record TV, veiculou neste domingo (5) uma reportagem especial sobre o caso do empresário paraibano Geffeson Moura, assassinado a tiros no dia 16 de março de 2021, durante uma operação desastrosa das polícias Civil e Militar de Sergipe na cidade de Santa Luzia, Sertão paraibano.
A reportagem foi gravada na Paraíba com familiares e autoridades que participaram do processo. Nela, é feita a recapitulação do que aconteceu.
A Record contou que Geffeson viajava de João Pessoa até Cajazeiras após descobrir que seus pais haviam testado positivo para Covid-19. No entanto, na metade do trajeto, foi abordado por uma blitz policial em Santa Luzia.
Contudo, a blitz estava sendo realizada por policiais de Sergipe, e não da Paraíba. Segundo os sergipanos, eles estavam perseguindo um criminoso e só comunicaram às autoridades paraibanas que estavam no estado momentos antes da abordagem em Geffeson.
Inicialmente, dias depois do ocorrido, os sergipanos disseram que ao ser abordado, Geffeson teria reagido à abordagem e por isso efetuaram os disparos. O autor dos tiros foi o delegado Osvaldo Rezende Neto, que chefiava a operação. Foram oito disparos.
A reportagem da Record teve acesso a um depoimento dado por Osvaldo, em agosto de 2022. Nele, ele assumiu que confundiu Geffeson com o criminoso, e que por “instinto”, disparou contra o empresário paraibano quando ele teria colocado as mãos entre as pernas no momento da abordagem.
“Eu pedi para ele acender a luz interna [do veículo] e ele disse que estava sem funcionar e ele coloca as mãos entre as pernas. Na hora que ele colocou a mão entre as pernas, foi instinto. Eu me afastei um pouco do carro, puxei a arma e efetuei os disparos”, disse.
No mesmo depoimento, o delegado também confirmou que os policiais alteraram a cena do crime.
“Eu abri a porta, foi quando eu vi que não era ele [o criminoso], bateu o desespero e vi que não tinha arma. Eu tinha uma arma minha, própria, privada, tirei e coloquei no local. Estou falando a verdade”, declarou. O carro de Geffeson também foi removido do local dos disparos, o que prejudicou a perícia.
Dos três policiais sergipanos envolvidos na ação, dois foram absolvidos pela justiça paraibana. Já Osvaldo responde em liberdade à denúncia de homicídio qualificado por motivo torpe, sob meio cruel e sem dar chance de defesa à vítima. Ele também é acusado de fraude processual.
Após quase 4 anos do ocorrido, o Júri popular dos acusados pela morte continua sem data para acontecer. A defesa do delegado foi procurada pela reportagem da Record, mas preferiu não comentar o caso.