A Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Paraíba (OAB-PB) está no centro de um dos maiores escândalos eleitorais de sua história. A denúncia de parte do grupo liderado por Harrison Targino, atual presidente da entidade, e aponta que os colaboradores do escritório Nelson Willians estariam quitando anuidades de advogados e financiando transporte para um evento eleitoral em favor de Paulo Maia, candidato à presidência da OAB-PB. As acusações são sustentadas por registros de conversas no WhatsApp.
Nas mensagens do grupo “NW JP ➡️ AM”, os participantes trocam informações sobre o pagamento de boletos e a organização de transporte para o evento de Paulo Maia. Nelson Willians, um escritório bilionário com sede fora da Paraíba, é representado na chapa da Maia pelo advogado Ângelo Ribeiro, que concorre ao cargo de Conselheiro Federal. A presença de grandes escritórios de fora do estado na chapa da Maia tem gerado críticas e acusações de “loteamento” de cargas.
Mensagens do Dr. Ivanildo Félix, advogado do escritório Nelson Willians e figura ativa nas redes sociais, sugerem o envolvimento financeiro para garantir apoio ao evento eleitoral da Maia. Em uma das mensagens, Félix comenta que “tudo gira em torno de dinheiro” e afirma ter quitado “dois boletinhos do acordo”.
Bruna Magalhães, outra colaboradora do grupo, relata que o escritório, por intermédio de Félix, ajudou “algumas pessoas com boletos da OAB” e incentivou os colegas a retribuírem o apoio comparecendo ao evento e apoiando Maia. Félix complementa: “todos que mandamos foram pagos”.
A organização do evento envolve ainda a disponibilização de transporte para colaboradores. Em resposta a uma mensagem de Rodolfo Lima sobre a possibilidade de apoio logístico, Thamires Honorato solicita ajuda de custo. Entretanto, ela foi informada de que o Uber seria restrito aos advogados em João Pessoa e região.
No grupo “Advogados NW com Paulo Maia”, Félix ironiza sua conduta com os colaboradores, afirmando “eu belíssimo fazendo meu assédio moral com os meus colaboradores”. A declaração, ao lado das demais mensagens, gerou indignação entre advogados que alegam que “nem tudo é dinheiro” e que a advocacia paraibana não se submeterá a interesses financeiros externos.
A denúncia coloca em xeque a transparência e a ética no processo eleitoral da OAB-PB, acirrando os ânimos e levantando questionamentos sobre a influência de grandes escritórios de fora do estado na disputa pelo comando da Ordem.