É bem possível que os estudiosos de nossa história econômica saibam. Mas, certamente, a maioria do nosso povo não deve saber. O fato é que a Paraíba já teve importância, no contexto internacional, principalmente em meio à II Grande Guerra, na fabricação de borracha da mangabeira (em menor quantidade, também da mandioca).
Sobre isso, A União de 21 de julho de 1943, em pleno conflito mundial, veiculou matéria sobre o primeiro embarque de borracha da mangabeira paraibana (na ordem de quatro toneladas) para os Estados Unidos. “A Paraíba, desde quando se iniciou o movimento de produção de guerra resultante da entrada dos Estados Unidos no conflito contra as nações agressoras, foi apontada como uma das fontes de borracha de mangabeira mais importantes do país.
Isto, felizmente, tem sido comprovado efetivamente pelos nossos produtores que estão cada vez mais incentivando a aquisição do produto em apreciação nas matas próximas do litoral deste Estado, notadamente no município de Mamanguape”, comemorava a matéria de A União. E não era exatamente uma novidade, já que a borracha de mangabeira, em algum grau de importância, fez parte dos nossos itens de exportação nas primeiras décadas de Século XX.
Em sua “Descrição Geral da Capitania da Parahyba”, o ex-governador (do tempo da invasão holandesa, no Século XVII), Elias Herckmans, registrou a presença da mangabeira em território paraibano. Já o escritor e jurista paraibano Rodrigues de Carvalho, falecido em 1939, escreveu, precisamente sobre o aproveitamento industrial da árvore, a “Monographia Sobre A Borracha da Mangabeira e da Manicoba no Estado da Parahyba-Brazil”.
A produção de látex da mangabeira é feita por meio de cortes na casca da árvore, em um processo similar ao da seringueira, mas em menor escala. Portanto, em função de sua baixa produtividade em comparação com outras fontes, a borracha da mangabeira não alcançou posição de destaque no mercado industrial, terminada a guerra.