Crescimento

Números de lares homoafetivos crescem mais de 600% na PB desde 2010: “Vivemos em um momento de avanço”

Um dos dados mais marcantes para a Paraíba é o aumento significativo de lares com presença de relações homoafetivas

Foto:  Arquivo pessoal
Foto: Arquivo pessoal

O IBGE divulgou, no último domingo (27), os resultados do Censo Demográfico 2022 sobre a composição domiciliar e os óbitos registrados em todo o país. Um dos dados mais marcantes para a Paraíba é o aumento significativo de lares com presença de relações homoafetivas, que subiu 636,6%. O número de domicílios passou de 885, em 2010, para 6.519, em 2022.

No cenário nacional, o Distrito Federal se destaca como a região com maior proporção de lares homoafetivos, com 0,76% das residências formadas por casais do mesmo sexo. Em seguida, estão o Rio de Janeiro (0,73%) e São Paulo (0,73%).

A estudante de arquivologia Cibelly Simões, a jornalista Suedna Lima e o filho Lorenzo Wanderley são uma das famílias que contribuem para essa estatística na Paraíba. Cibelly comemora a visibilidade e o crescimento dos registros de famílias homoafetivas no estado e no país.

“É triste que ainda existam pessoas que defendem um conceito limitado de família, desconsiderando a diversidade e a riqueza das relações afetivas. Promover um ambiente acolhedor não está relacionado à orientação sexual ou identidade de gênero”, pontua Cibelly.
Suedna complementa, ressaltando que é fundamental considerar a amplitude das estruturas familiares, muito além dos modelos “tradicionais” com os quais algumas pessoas ainda estão acostumadas.

“Famílias homoafetivas, assim como qualquer outra, são construídas sobre amor, respeito e compromisso. Ignorar essa realidade não é apenas injusto, mas também prejudicial para a sociedade como um todo. Cada família, independentemente da orientação sexual, tem o direito de ser acolhida e respeitada. Esse aumento dos lares homoafetivos no nosso estado mostra, sem dúvidas, que vivemos em um momento de avanço”, acrescenta Suedna.

Além disso, os dados do IBGE revelam pela primeira vez que há mais mulheres no comando do lar do que no papel de esposa do responsável pela casa. Em 50% dos lares brasileiros, as mulheres são agora as responsáveis ​​principais, um sinal de maior autonomia e independência.