Após a notícia divulgada pelo Polêmica Paraíba, falando sobre a polarização no jornalismo em João Pessoa, alguns comunicadores não concordaram com a posição na qual foram colocados.
Tendência conservadora entre os apresentadores
Assim como no rádio, a maioria dos apresentadores de TV de João Pessoa são de direita, ou em algum momento declararam apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro. A matéria, feita de acordo com um levantamento de uma ong, onde mostram alguns posicionamentos e publicações em redes sociais dos apresentadores, mostra que a maioria são bolsonaristas, ou de direita.
Diferente do rádio, na TV não há tantos conflitos e desentendimentos entre os apresentadores.
É importante falar sobre a responsabilidade que recai sobre os programas de rádio e de TV nesse contexto, pois são nesses espaços que uma parcela da população encontra voz para expressar demandas e desejos conservadores e autoritários que, até então, pareciam estar contidos. Por isso, a influência desses programas na opinião pública e na também formação de ideias não pode ser subestimada.
Jornalistas dizem serem neutros
Após a grande repercussão da matéria, alguns jornalistas procuraram nossa redação para se declararem neutros.
O apresentador da TV Correio, João Fernandes, disse que nunca votou nem em Lula nem em Bolsonaro, e se declarou uma pessoa “não política”. “Me coloco como neutro”, disse.
O também apresentador da TV Correio, Hermes de Luna disse que no primeiro turno das últimas eleições votou em Ciro e no segundo turno votou em Branco. Ainda disse que o ex-presidente Jair Bolsonaro, e o atual presidente Lula são mentirosos. O jornalista também se coloca como neutro.
Nas redes sociais, a apresentadora da TV Manaíra, Anne Gomes comentou que a informação era “Fake News”, se colocando como não bolsonarista.
O radialista Felipe Nunes, citado na matéria anterior sobre os radialistas bolsonaristas, afirmou também que não faz parte do levantamento. Nunes disse que o seu lado é o lado da informação e no jornalismo, busca respeitar os fatos, embora tenha suas posições sobre o mundo.
“Acredito que é imperioso respeitar os fatos no jornalismo, em nome do interesse público, mesmo tendo nossos pontos de vista e nossas convicções. Portanto, o meu lado é o da informação. Como disse um antigo congressista americano, “você pode ter suas próprias opiniões, mas não os seus próprios fatos”. Em linhas gerais, não podemos resumir o jornalismo entre um ou outro lado político, mas em valores, dentro dos quais estão aqueles que guiam a nossa atividade”, disse.