Inovação

Hospital Metropolitano realiza primeira cirurgia para retirada de tumor cerebral na região da linguagem com paciente acordado

O Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires realizou, nesta segunda-feira (8), sua primeira cirurgia para retirada de um tumor cerebral na região responsável pela linguagem

Hospital Metropolitano realiza primeira cirurgia para retirada de tumor cerebral na região da linguagem com paciente acordado

O Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires realizou, nesta segunda-feira (8), sua primeira cirurgia para retirada de um tumor cerebral na região responsável pela linguagem com o paciente acordado e conversando com os médicos. O procedimento foi realizado em José Ranniere Marinho, de 35 anos, que descobriu o tumor há 12 dias, após acordar com uma dor e dificuldade de comunicação.

“Eu acordei subitamente com uma dor do lado direito do corpo, da perna até o braço. Tentei pedir ajuda e não conseguia falar, desconfiei logo de AVC. Minha esposa chamou um vizinho, me levaram para a UPA e lá tive duas convulsões. Depois de ser medicado, fizeram um exame e detectaram o tumor, foi então que foi feita a regulação para que eu passasse por um exame de ressonância com contraste aqui no Metropolitano”, contou Ranniere antes da cirurgia.

Segundo o neurocirurgião Breno Câmara, o paciente foi diagnosticado com um astrocitoma, que é um tipo comum de câncer cerebral, no qual uma região específica do cérebro tem predisposição genética para um crescimento anormal. Na avaliação, pelos sintomas apresentados, o médico identificou a necessidade rápida da realização da cirurgia, para evitar a evolução da doença.

“Uma particularidade deste tipo de câncer é que o acompanhamento do paciente é prolongado, e pode ser necessário realizar várias cirurgias até que seja feita a remoção completa do tumor. Isso se deve pois, diferente de outros tipos de tumores que empurram as fibras, este se infiltra, atingindo as funções cerebrais. No caso, o nosso cérebro muda e se adequa ao tumor. No procedimento de hoje, a gente retira uma parte, de forma a não afetar as funções da linguagem dele. Quando for daqui a três ou quatro anos, em uma nova avaliação, pode ser que o cérebro tenha mudado de lugar as funções da linguagem e a gente possa retirar o restante, por exemplo”, disse.

O Hospital Metropolitano já realiza outras cirurgias cerebrais com pacientes acordados, principalmente para procedimentos em regiões do cérebro responsáveis pela função motora, porém esta é a primeira vez que o procedimento foi feito para tratar de uma doença que atinge a função da linguagem.

O procedimento foi realizado com sucesso e Ranniere se recupera estável na UTI Neurológica do hospital. Segundo o médico, as respostas do paciente durante o procedimento foram fundamentais para ampliar a área do tumor a ser removida.

“O paciente tolerou muito bem o procedimento e foi bastante participativo, com isso conseguimos ampliar a cobertura da retirada do tecido cancerígeno com sucesso”, completou.

Fonte: Governo da Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba