Nesta segunda-feira(09), concluindo a série de entrevistas com seis dos 22 pré-candidatos a vaga de desembargador pelo Quinto Constitucional, entrevistamos a advogada Veruska Maciel. A votação, confirmada para o próximo dia 18, vem estimulando os postulantes ao cargo, que estabelecem alianças e diálogos nesta reta final.
O Quinto Constitucional é um processo democrático, previsto no artigo 94 da constituição, onde todos os advogados, com mais de 10 anos de carreira podem participar, fornecendo seu nome para tentar vaga como desembargador. Consequentemente, o nome está relacionado com a divisão das vagas, já que um quinto destas devem ser preenchidas por advogados e membros do Ministério Público.
Contando com mais de uma década de trabalho voluntário na OAB, Veruska Maciel, tenta ser eleita Desembargadora através do Quinto Constitucional. Em entrevista ao Polêmica Paraíba, ela garante que, ao assumir a função, o funcionamento dos gabinetes terão mais celeridade e acessibilidade.
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Polêmica Paraíba:
Ao todo, são 22 candidatos que também tentam a vaga de desembargador
pelo Quinto Constitucional, qual seria o diferencial da senhora em relação aos demais operadores do direito?
Acima de tudo, compreendo que o que particulariza a minha candidatura é o investimento
que fiz na trajetória de trabalho voluntário na OAB por mais de uma década, o que me
aproximou de forma mais verticalizada das reais necessidades da advocacia.
Além disso, acumulo uma experiência que extrapola o exercício isolado da profissão e que foi tecida na rede de relações institucionais de uma entidade que tem como missão representar a
nossa categoria.
PP:
Caso seja eleita, quais medidas a senhora tem em mente para que a
ordem dos advogados, seus integrantes, assim como os demais servidores se sintam representados?
Os cargos que assumi pela Ordem já me oportunizaram representar a
entidade e a minha classe.
Enquanto candidata a desembargadora pelo Quinto Constitucional da OAB, assumo o compromisso de que, ao conquistar essa vaga, estarei no Tribunal respeitando a memória da minha origem profissional na advocacia, e como tal, serei aquela que trabalhará pelas pautas que são caras a categoria.
Por exemplo, buscando garantir o funcionamento de um gabinete mais célere, transparente, acessível e que se compromete a cumprir todas as prerrogativas da advocacia, respeitando a legislação em relação aos honorários advocatícios. Em resumo, terei um olhar cuidadoso nas particularidades de cada processo.
PP:
Para as demais pessoas que ainda não conhecem sua história, sua
formação acadêmica se deu na Paraíba ou a senhora concluiu seus estudos fora do estado?
Sou formada em Direito pela Universidade Estadual da Paraíba, cursei em
Campina Grande, onde exerço e sempre exerci a minha advocacia, portanto, há quase 30 anos.
PP:
De que maneira a senhora planeja proporcionar novas experiências aos
jovens advogados que estão começando sua trajetória no direito?
Primeiramente, é habitual que o desrespeito às prerrogativas dos advogados seja mais
comum entre os jovens advogados.
Dessa forma, considero que o Tribunal, sendo sabedor desta realidade, pode discutir sobre a implantação de ações que possam instrumentalizar maior proteção contra as violações das prerrogativas entre os jovens advogados.
Enquanto desembargadora, pretendo recebê-los no meu gabinete. Atuarei sempre com
um olhar cuidadoso e atento, garantindo os princípios e direitos constitucionais.
PP:
No geral, o poder judiciário exige a inovação tecnológica, como a senhora
enxerga essa realidade e como melhorar ainda mais o cenário atual na Paraíba em relação a isso?
O direito é o reflexo da sociedade, a cada dia, presenciamos a evolução das
tecnologias e do direito.
Temos alguns desafios como a atualização das leis e a
padronização das decisões judiciais, todavia, a tecnologia traz inúmeros benefícios, tais
como: aperfeiçoamento dos processos, busca de jurisprudências, maior independência
na atuação dos advogados, pois após as audiências por vídeo chamada, podem atuar
de qualquer lugar.
Eu, como desembargadora, vou incentivar a utilização da tecnologia no meu gabinete,
e a utilizarei para facilitar o acesso dos advogados e garantir a efetivação das suas
prerrogativas.
PP:
Para a senhora, qual a importância da paridade de gênero nesta primeira
etapa do processo eleitoral no Quinto Constitucional?
Eu sou uma advogada, mulher e mãe, e sei da luta histórica pelos nossos
direitos e nossas prerrogativas, a paridade de gênero nas eleições do Quinto
Constitucional, não só cumpre um compromisso com a equidade e a justiça social, mas
também fortalece o Judiciário, tornando-o mais representativo e preparado para
enfrentar os temas e os desafios contemporâneos do direito.
PP:
Caso seja eleita, seria sua maior realização pessoal enquanto advogada?
Seria a minha maior realização profissional, como advogada, que milita nas
defesas de direito há quase trinta anos, ser desembargadora é poder servir à sociedade
na busca de decisões mais justas e mais equitativas.