A Prefeitura Municipal de Campina Grande disponibilizou o espaço de uma escola desativada no bairro do Jeremias, para adaptação de um abrigo direcionado ao acolhimento de cerca de 57 venezuelanos indígenas da tribo Uaral.
De acordo com informações, o grupo, composto por de 17 famílias, solicitaram à PMCG um lugar em que todos continuassem juntos. Eles participaram, inclusive, da seleção do espaço, que conta com uma área externa grande, tendo em vista a quantidade de crianças.
A diretora de atenção básica de Campina Grande, Joelma Martins, declarou, em entrevista à Rádio CBN, que o espaço será administrado por eles, mas, é claro, com a orientação de órgãos responsáveis por diversas áreas.
“O CRAS já tem o levantamento de todas as famílias e vai acompanhar, com assistentes sociais, com psicólogos. E, para tudo que eles precisarem com relação a acesso a direitos”, completou.
Joelma contou que no grupo tem em média 27 crianças e adolescentes e todos serão encaminhados à escolas próximas de onde estão morando, no Jeremias, para garantir o acesso à educação.
“Tem uma situação que a secretaria também tem conhecimento que é a barreira da língua, eles falam muito pouco espanhol, falam uaral, que é a língua nativa, eles preservam a língua. Na verdade, para a gente seria uma barreira, mas, eu já em contato com algumas crianças, comecei a provocar e percebi, criança é muito inteligente, já aprenderam a falar muito português”, ponderou.
Outro ponto destacado na entrevista da diretora é que, segundo ela, não existe mais nenhum venezuelano uaral em situação de rua em Campina Grande, todos já estão acolhidos, atendidos, encaminhados, e expressaram a vontade de permanecer na cidade, por terem sido acolhidos pela população.
Por fim, Joelma entrou no assunto da “mendicância” e explicou que eles estão sendo orientados, principalmente em relação a exploração infantil, mas que isto é uma questão cultural, aquilo que conhecemos como mendigar, eles chamam de coletar.
O termo coletar é relacionado por eles, ainda de acordo com ela, com a coleta que eles realizavam onde viviam na Venezuela.
“Sabemos que é um trabalho lento, porque estamos tratando com cultura, mas esse trabalho de orientação já está sendo feito”, concluiu, ressaltando que eles foram cadastrados em benefícios e auxílios para terem certa renda fixa.
Fonte: Paraíba Online
Créditos: Paraíba Online