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'A DANÇA É PARA TODOS': Professora adapta aulas de dança para aluno cego em Campina Grande

Uma professora de uma escola de dança em Campina Grande precisou adaptar a metodologia de ensino após receber um aluno disposto a entrar no ritmo. Isso porque Rogério Nunes, deficiente visual, entrou para a turma há três anos e, desde então, o aluno cego é exemplo de perseverança para os outros colegas de dança. Nesta terça-feira (3), é celebrado o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência.

“Todo mundo pode dançar, a gente costuma dizer isso e as pessoas não acreditam, mas a dança é para todos”, diz a professora de dança Dany Inô.

Rogério Nunes é bancário em Campina Grande, mas, após ter uma conversa com um amigo que participava da escola de dança na cidade, ele decidiu encarar o novo desafio e acabou se apaixonando pela dança.

“A dança chegou casualmente na minha vida. Conversando com um amigo, ele falou que fazia aula de dança e perguntou se eu tinha interesse, e eu disse que sim, aí eu vim fazer uma aula experimental, gostei do entrosamento que tive com a turma, do entendimento com os professores, da didática, e estou aqui há três anos”, conta Rogério.

Para que Rogério pudesse entrar na dança, a metodologia da escola teve que ser adaptada. Segundo a professora Dany Inô, ela foi aprendendo a ensinar com o próprio aluno. “Eu fui aprendendo aos poucos com ele, ele me ajudou muito a desenvolver uma metodologia pra que eu pudesse explicar a movimentação pra ele”, destaca a professora.

A parceira de Rogério na dança, Bruna Dantas, diz que, desde que começou a dançar com o colega, começou a prestar mais atenção nos passos durante as aulas de dança. “Dançar com o Rogério me fez ter mais autonomia, me fez prestar mais atenção nos passos, na coreografia, nos detalhes, na contagem”, relata a estudante.
Para o fisioterapeuta Lucas Antônio, que acompanha as aulas de dança de Rogério, o aluno de dança é muito dedicado. “Por mais que os passos às vezes sejam difíceis, ainda mais pra ele, ele tá sempre lá tentando, repetindo, sempre na perseverança e conduzindo também”, salienta.

“Primeiro a gente tem que querer fazer as coisas e, segundo, tem que ter oportunidade. Precisamos das duas coisas!”, afirma Rogério Nunes.

Fonte: G1 PB
Créditos: G1 PB