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Cajazeiras meu amor, Cajazeiras minha paixão; terra que ensinou a Paraíba a ler, amar e fazer rádio completa 158 anos - por Fabiano Gomes

Hoje é dia 22 de agosto, aniversário de 158 anos de Cajazeiras, da terra que ensinou a Paraíba a ler, amar e com, ou nenhuma modéstia, a que ensinou também a Paraíba a fazer rádio.

Hoje é dia 22 de agosto, aniversário de 158 anos de Cajazeiras, da terra que ensinou a Paraíba a ler, amar e com, ou nenhuma modéstia, a que ensinou também a Paraíba a fazer rádio. E começo esta homenagem pedindo emprestado o jargão do ex-prefeito de Cajazeiras Carlos Antônio: Cajazeiras meu amor, Cajazeiras minha paixão. Me topo vez por outra com conterrâneos me perguntando se não sinto saudades de Cajazeiras, mas sentir saudade não é a mesma coisa de voltar a morar lá, mas o fato é que tenho uma saudade danada de algumas coisas que relato na sequência.

Onde encontro, por exempl,o o pão de seu Saora? Cajuína em garrafa de vidro gelada de torar? Onde encontro o bar de Bibiano, lugar melhor para fuxicar não há. Onde tomo aquela água de côco de Seu Hilário? A água vem de brinde e o bom mesmo são os acalorados “debates” políticos. Onde moto-taxista dá carona que não seja em Cajazeiras? Lá é bom demais, até dono de bar fica bêbado (que o diga quem sempre frequentou o bar do saudoso Cícero). Onde encontro mais isso? Onde encontro um Dedezinho para nos fazer chorar de rir? Onde se encontra um Bocão, um verdadeiro babão (O raiz e não o nutella). E o Babado Novo, da minha querida Sandra? (Tem muito homem casado que vai pular essa parte). Mas onde encontro? Onde encontro o munguzá de Ibiapina? Onde como aquele churrasco de Capucho, que com a mesma faca que coça as costas, ele corta o churrasco para o cliente, mas nem por isso deixamos de passar no mercado para saboreá-lo, onde encontro? Cajazeiras é a cidade mais parecida com o Rio de Janeiro. Lá tem Cristo Redentor, Baixada Fluminense e Leblon, onde mais encontro isso? Onde encontro um locutor oficial de cortejos fúnebres narrando com a sua voz aveludada… o nosso querido Salgadinho. É essa a falta que me faz lacrimejar de saudades e ao mesmo tempo nostalgia.

Mas nem só de folclore viveu ou vive Cajazeiras. É lá de nós, Zé do Norte, que foi uma espécie de Chacrinha do rádio brasileiro na década de 50, com programas de auditório na rádio Nacional, do Rio. Sendo um dos grandes responsáveis pelo início da carreira de Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro. Foi lá em nós que um gerente de banco se tornaria radialista e anos depois ministro da fazenda. Me refiro a Maílson da Nóbrega, que era gerente do Banco do Brasil em Cajazeiras e passou a ser radialista na Difusora AM.

Foi lá em nós que o “Santo “Nordestino” Padre Cícero escolheria para estudar.

É lá de nós a premiadíssima atriz Marcélia de Souza Cartaxo, cajazeirense com muito orgulho, que ganhou o Urso de Prata, um dos maiores festivais do cinema mundial, em Berlim, como melhor atriz no filme “A Hora da Estrela”. Entre tantos outros prêmios de atriz que ela já ganhou.

É lá de nós Ivan Bichara que foi o 35º governador de nosso Estado, robusta liderança politica até em nível nacional.

É lá de nós a primeira mulher a usar um microfone e apresentar um programa de debate em rádio. Ela tem um nome marcado na história cultural de Cajazeiras, tanto que o teatro da cidade leva o seu nome: Iracles Pires.

É lá de nós um dos jornalistas mais importantes de futebol do Rio de Janeiro, Iata Anderson, que todos o chamam de “O amigo do rei”, pela relação do cajazeirense com o rei do futebol, Pelé, de quem ele foi assessor de imprensa. Iata também foi diretor várias vezes da SUDERJ, sendo responsável pela coordenadoria de comunicação do maior palco de futebol do mundo, o Maracanã.

É lá de nós o jornalista Marconi Formiga, que foi um dos mais prestigiados e importantes jornalistas de Brasília, inclusive com sua publicação da revista ‘Brasília em Dia’.

É lá de nós os Liras, essa família só dar orgulho a terrinha. A começar pela talentosíssima Soia Lira passando por Buda, Nanego, Paula, chegando em Bertran

Na comunicação, a gente dá de goleada, se juntar o estado inteiro ainda não chega a quantidade de talento que nós criamos. É lá de nós, o professor Gutemberg Cardoso, Josival Pereira, Nonato Guedes, Leníllson Guedes, Linaldo Guedes, Nilvan Ferreira, Lena Guimarães, Lucia Rolim, Abrantes Jr., Marcos Rodrigues, Big Boy, Sales Fernandes, Gilberto Lira, Fernando Caldeira, Ribamar Rodrigues e mais uma centena de comunicadores tão talentosos e que conquistaram os maiores postos da Comunicação Paraíba, como Lena Guimarães, que foi diretora geral de jornalismo do Correio e exerceu a secretaria de Comunicação da Paraíba. Nilvan não foi prefeito de João Pessoa por pouco.

Enfim, a Cajazeiras de hoje é um dos principais polos educacionais da Paraíba, atraindo estudantes e professores de todos o país. Nosso povo, inventivo, busca soluções para sair das adversidades do semiárido. Não temos tempo pra lamentações pois temos um longo caminho ainda para percorrer, mas quando olhamos pra trás, comprovamos que temos uma bela trajetória. O nosso povo faz Cajazeiras grande. E importante, cada vez mais.

Fonte: Fabiano Gomes
Créditos: Fabiano Gomes