A OAB-PB, historicamente uma entidade autônoma e apartidária, tem como missão defender as prerrogativas da advocacia e os direitos fundamentais, desvinculada de partidos políticos. Contudo, sob a liderança de Harrison Targino, a Ordem se afasta de sua essência onde “O Partido da OAB é a Constituição” e agora enfrenta uma crise de identidade devido à aproximação do presidente com grupos políticos e seu histórico de atuação em cargos governamentais.
Essa inclinação política vem sendo fortemente sendo evidenciada por Harrison, sendo exemplo um ato público organizado contra a ditadura militar no dia 1 de abril deste ano, onde bandeiras e símbolos de movimentos e partidos políticos foram expostos. Para muitos advogados paraibanos, a presença de tais símbolos revelou uma politização da OAB-PB, que deveria manter-se neutra. Em comentário feito na rede social do presidente da Ordem, a advogada Sheila Facundo Batista afirmou: “Uma manifestação contra qualquer tipo de ditadura, ao lado de camisetas e bandeiras do “Che” e de outros grupos que apoiam ditadores de Cuba, Venezuela e companhia. Uma manifestação claramente político partidária e nada mais”.
Ao longo de sua carreira, Harrison Targino teve passagem por cargos em governos e proximidade com figuras políticas, o que suscita dúvidas sobre sua capacidade de liderar a OAB-PB de forma isenta. Muitos advogados questionam se ele prioriza, de fato, os interesses da advocacia ou se usa o cargo para promover agendas políticas. “Uma instituição que não defende uma classe, mas sim um grupinho político. Essa instituição deveria estar acima de qualquer militância política, mas é isso o que se tornou: uma instituição que não age de forma neutra diante das preferências políticas daqueles que estão no comando. Não me representa!”, afirmou a advogada Ruth Oliveira.
Advogados que defendem a independência da OAB, como entidade representativa e apartidária, expressaram desapontamento com a condução de Targino, que veem como um desvio das demandas e expectativas da categoria. A subordinação da OAB-PB a interesses externos compromete sua reputação e prejudica a confiança dos advogados para com a instituição. “Enquanto isso a jovem advocacia se lascando, nossos serviços sendo comercializados a preço de banana e a OAB faz o quê? Promove movimento político”, criticou a advogada Bárbara Lisboa.
Para resgatar o protagonismo e a credibilidade da OAB-PB, muitos advogados consideram fundamental que a Ordem retorne a uma liderança apartidaria e focada na defesa das prerrogativas.