O YouTube encerrou, nesta quarta-feira (3), dois canais do blogueiro bolsonarista Allan dos Santos, que é investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no inquérito que mira a organização e financiamento de atos antidemocráticos. O canal “Terça Livre” e uma conta reserva usada por Allan foram suspensas. A alegação da empresa é de que ambos os perfis violaram os termos de serviço do site.
Segundo o jornal Estadão, a conta principal de Allan já havia sido advertida, e por isso, o blogueiro passou a utilizar a conta reserva. Em nota, o YouTube informou que “todos os conteúdos publicados na plataforma precisam seguir as diretrizes de comunidade” da rede social e que a empresa “se reserva o direito de restringir a criação de conteúdo de acordo com os próprios critérios”.
“Caso uma conta tenha sido restringida na plataforma ou impossibilitada de usar algum dos nossos recursos, o criador não poderá usar outro canal para contornar essas penalidades. Essa regra se aplicará a todo o período em que a restrição estiver ativa” , diz outro trecho da nota.
Allan dos Santos é um dos alvos da investigação que mira suposta organização de atos em defesa da ditadura militar e contra a democracia em 2020. O Estadão publicou que teve acesso a conversas trocadas entre o blogueiro com o tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid, chefe da Ajudância de Ordem da Presidência da República, na qual Allan defende que “as Forças Armadas precisam entrar urgentemente”.
Em depoimento prestado à Polícia Federal (PF), Mauro Cid declarou que não se recordava de “ter estabelecido” conversas com Allan dos Santos sobre a “necessidade de intervenção das Forças Armadas” e negou apoiar a ideia. Contudo, ele admitiu que passava mensagens de Allan e demais apoiadores ao Planalto.
Em julho do ano passado, Allan Santos teve sua conta no Twitter retida no País após a rede social atender ordem do ministro Alexandre de Moraes, que determinou a suspensão do perfil de Allan e de outros investigados, como a extremista Sara Giromini e o empresário Luciano Hang. A medida foi justificada pela necessidade de “interromper discursos criminosos de ódio”. Na ocasião, Moraes apontou “sérios indícios” de que o grupo praticou crimes de calúnia, difamação, injúria, associação criminosa e contra a Segurança Nacional.
Assim como fez com o YouTube, Allan passou a utilizar uma conta reserva o Twitter. Até o momento, ela não foi bloqueada e o blogueiro acessa a rede social normalmente.
Leia a nota do YouTube na íntegra:
“Todos os conteúdos no YouTube precisam seguir nossas diretrizes de comunidade. Contamos com uma combinação de sistemas inteligentes, revisores humanos e denúncias de usuários para identificar conteúdo suspeito e agimos rapidamente sobre aqueles que estão em desacordo com nossas políticas. O YouTube também se reserva o direito de restringir a criação de conteúdo de acordo com os próprios critérios. Caso uma conta tenha sido restringida na plataforma ou impossibilitada de usar algum dos nossos recursos, o criador não poderá usar outro canal para contornar essas penalidades. Essa regra se aplicará a todo o período em que a restrição estiver ativa. Consideramos a violação dela um descumprimento dos nossos Termos de Serviço, o que pode levar ao encerramento da conta.”
Fonte: Polêmica Paraíba com Estadão
Créditos: Polêmica Paraíba com Estadão