O ministro da Educação, Abraham Weintraub, disse que pedirá desculpas de joelhos à China se o país asiático fornecer mil respiradores ao Brasil pelo preço de custo.
“Se eles venderem corretamente os mil respiradores, eu fico de joelhos em frente à embaixada, peço perdão e digo que fui um imbecil”, declarou Weintraub nesta segunda-feira, 6, em entrevista ao jornalista José Luiz Datena, no programa 90 Minutos, da Rádio Bandeirantes.
“Eu topo me humilhar para salvar a vida de brasileiros”, completou o ministro, que nega ter pedido desculpas, mas somente retirado a postagem a pedido de um amigo. Ele garante que a solicitação não partiu do presidente Jair Bolsonaro.
“Eu não pedi desculpas. Eu só retirei o post porque me pediram. Não foi o presidente [o autor do pedido]. Foi um colega meu que pediu. ‘Abraão, vai me atrapalhar aqui…’. Sem problemas, eu tiro”, explicou.
Para o ministro, o novo coronavírus surgiu de hábitos alimentares dos chineses, e eles deveriam ter alertado o mundo a produzir respiradores, mas preferiam lucrar. Para Weintraub, a China tem 60 mil respiradores e está fazendo leilão com os equipamentos.
“Não é a primeira crise, já é a quarta que vem da Ásia nos últimos 20 anos. E nos próximos 10 anos, se eles não mudarem os hábitos culturais e alimentares deles, vai ter outra crise dessa. E o Brasil precisa estar preparado. Mas o que me deixou chocado é quando descobri que eles estão vendendo equipamento para o mundo. Quando estourou a crise, em vez de alertarem, eles seguraram a informação e correram para fazer respirador para vender agora ao mundo inteiro, que esta desesperado”
Cunho racista
No último domingo, 5, o ministro criticou a China no Twitter usando quadrinhos da Turma da Mônica. Na postagem, Weintraub, disse que considerou uma “brincadeira leve” o post em que usou um quadrinho da Turma da Mônica para insinuar que o país asiático sairá fortalecido da crise.
Em resposta ao post, a Embaixada da China no Brasil disse que as declarações são “são completamente absurdas e desprezíveis, que têm cunho fortemente racista e objetivos indizíveis, tendo causado influências negativas no desenvolvimento saudável das relações bilaterais China-Brasil”.
Weintraub rebateu as acusações de racismo e disse que estudou na China. “Fui chamado de racista, eles terão que provar”, declarou.
Veja a entrevista na íntegra:
Fonte: Band
Créditos: Band