Wallace Leandro de Souza, campeão olímpico de vôlei, foi condenado pelo juiz federal Jorge Gustavo Serra de Macedo Costa, de Belo Horizonte, a três meses e 15 dias de detenção, pena substituída por uma multa no valor de R$ 20 mil. De acordo com informações do jornal Folha de S. Paulo, a sentença ocorreu nesta terça-feira (21), após o magistrado considerar que o atleta agiu intencionalmente ao instigar, por meio de uma postagem no Instagram, a prática de homicídio contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
No conteúdo publicado em 31 de janeiro deste ano, Wallace compartilhou uma pergunta feita por um seguidor, que indagava se ele “daria um tiro na cara do Lula com essa 12”. O atleta publicou a pergunta em seu perfil, acompanhada da legenda: “Alguém faria isto?” com um emoji de um anjo e uma enquete, convidando seus seguidores a opinar sobre a realização ou não do crime.
De acordo com a decisão judicial, essa ação de incitação, dada a situação política do país na época, poderia facilmente transformar a sugestão em um ato real. O magistrado ressaltou que o contexto de polarização política e os eventos violentos ocorridos no país influenciaram na criação de um ambiente propenso à disseminação de discursos de ódio, especialmente na internet.
O juiz afirmou que a publicação do atleta teve potencial para estimular ou reforçar um propósito existente em parte dos seus seguidores, configurando, portanto, incitação à prática de homicídio do Presidente da República.
“Esse estímulo se ampliou diante o compartilhamento do assombroso resultado da enquete, indicativo de que a maior parte do público executaria o homicídio da autoridade máxima do país, o que poderia encorajar o efetivo cometimento do fato sob a justificativa falaciosa de refletir a ‘vontade da maioria'”, decidiu o juiz. [grifo no original]
A defesa alegou que a publicação seria de autoria de terceiros e que o verdadeiro autor não havia sido denunciado. No entanto, o juiz considerou que o questionamento foi enviado em caráter privado, mas tornou-se público por decisão do réu.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Brasil 247