Neymar está prestes a disputar sua terceira Copa do Mundo. Como nas edições do Brasil, em 2014, e da Rússia, em 2018, o camisa 10 chega como principal jogador da Seleção. Mas, aos 30 anos, o atacante não garante que seguirá na equipe canarinha após o torneio no Catar.
“Eu vou jogar como se fosse a última [Copa]. Falo com o meu pai, a gente sempre conversa, jogar cada jogo como se fosse o último porque você não sabe o dia de amanhã. Eu não posso te garantir que vou jogar outra Copa ou que vou… Eu sinceramente não sei. Vou jogar como se fosse a última. Pode ser que eu jogue outra, pode ser que não. Depende… Vai mudar de treinador, não sei se o treinador vai gostar mim”, disse o jogador, em entrevista a Márcio Iannacca, do site Ge.
Segundo Neymar, a decisão não tem relação com a parte física. Vale lembrar que as lesões atrapalharam o jogador nas edições passadas da Copa. Em 2014, o camisa 10 recebeu uma dura entrada de Camilo Zúñiga, durante o jogo contra a Colômbia, pelas quartas de final. Ele foi cortado do resto do Mundial, e ficou quase dois meses sem entrar em campo após a contusão. Na semifinal, sem Neymar, o Brasil perdeu de 7×1 para a Alemanha.
Pouco antes da edição da Rússia, mais um problema. A menos de quatro meses para o torneio, Neymar sofreu uma fissura no quinto metatarso do tornozelo direito. Ele jogou todos os cinco jogos, mas sem o melhor de suas condições. A Seleção acabou caíndo nas quartas de final, para a Bélgica.
“Física? Não. Depende de como eu vou estar. É uma coisa que eu não quero afirmar nada agora. Quero jogar essa Copa, me dedicar para isso, porque tenho certeza que temos potencial para chegar muito longe. Apesar de muita gente não confiar na gente, nós vamos demonstrar o diferente. Vejo que essa Seleção tem muito fruto, muita coisa boa, e vejo que a gente pode chegar muito longe”, afirmou Neymar.
Agora, o jogador diz que ‘leveza’ é a melhor palavra para definir seu momento antes da Copa do Catar.
“Essa é a palavra que eu sempre levei a vida inteira. Para todos que me conhecem e sabem como eu sou. Eu sempre tento colocar leveza em tudo. Por mais que você reencontre pessoas que não torcem por você ou falaram besteira de você, eu tento levar de uma maneira totalmente diferente. Eu tento levar para o lado bom. O lado que você não conhece. Se você conhece só o lado escuro, eu vou te mostrar a luz. Eu tento trazer sempre isso para a seleção”, comentou.
“Todos os meus companheiros que tiveram comigo aqui sabem como eu sou. Sou um cara leve, brincalhão, tento deixar todo mundo em casa ao máximo porque quando cheguei aqui sei como é se sentir o novato da seleção. Sei como é isso. Dá muito nervosismo, muita coisa para pensar. Quando as pessoas te agarram, te puxam, isso facilita para você jogar o seu futebol”, seguiu.
Na entrevista ao Ge, concedida na Ásia, em junho, durante os amistosos contra Coreia do Sul e Japão, Neymar também lamentou o que considera críticas injustas em alguns momentos de sua carreira.
“Tem muitas cobranças? Tem. Tem cobranças injustas? Tem. Tem coisas que são fundamentais e te fazem bem? Tem. Eu pego para mim. Mas também existem injustiças por você ser o Neymar. Por ser eu hoje na seleção brasileira. Escuto coisas na minha carreira e escuto até hoje que olho e penso, sem sentido isso. Não posso estar alcançando números hoje sem ter me cuidado na minha carreira, sem ter treinado, sem ter batalhado para conquistar isso tudo. Não posso estar batendo recordes a todo momento, a cada dia que passa”.
De acordo com os números da Fifa, Neymar está a três gols de superar o ídolo Pelé como o maior artilheiro da história da Seleção. O Rei do Futebol marcou 77 gols, enquanto o atual camisa 10 tem 75 gols.
“A cada jogo que passa eu bato um recorde à toa? Não é à toa. Trabalhei para isso, treinei para isso, deixei de fazer muita coisa para isso. As críticas injustas, nesse sentido, me ferem muito porque ninguém conhece a realidade que eu passo. Ninguém sabe do meu dia a dia, ninguém tá ali comigo pra isso. […] Eu me cuido todo dia, me preparo para isso, faço as coisas que eu tenho que fazer para exercer um bom futebol no jogo. O dia que eu não quiser mais me cuidar, eu não vou jogar futebol. Não é para isso, não é assim. As pessoas tem que entender que a minha vida não é do jeito que elas imaginam. Ela é do jeito que eu quero que ela seja. Estou aqui para isso, para bater recordes, para tentar construir uma história na Seleção. Já construí uma longa história na Seleção e, com certeza, eu quero finalizar ela muito bem”, disse.
“Sou um cara diferente, alegre. Não gosto de falar de mim, não gosto de me colocar como melhor. Gosto de jogar futebol, gosto de ganhar. Gosto de ser melhor do que eu a cada dia. Gosto de estar ajudando os meus companheiros, que é a principal coisa. Espero que o meu nome esteja guardado na história do futebol. Se não for no futebol que seja na vida de alguém”, finalizou.
Fonte: Correio24 Horas
Créditos: Polêmica Paraíba