COVID-19

VITÓRIA! Pela primeira vez desde dezembro, Brasil não registra ocupação acima 90% nas UTIs

 

A Fiocruz divulgou, um novo levantamento do Observatório Covid-19, nesta quarta-feira, (14), que aponta uma melhora no cenário da pandemia no Brasil. Pela primeira vez desde o início de dezembro de 2020, nenhum estado apresenta taxa de ocupação de leitos de UTI Covid-19 no SUS superior a 90%. Os dados são da  mais recente semana epidemiológica, de 4 a 10 de julho. Esta é a terceira semana seguida com queda de indicadores de incidência e mortalidade por Covid-19 na análise feita pela fundação.

O número de casos e mortes vem caindo há três semanas em um ritmo de 2% ao dia, mas, alerta a Fiocruz, ainda permanece em alto patamar. A taxa de letalidade segue em torno de 3%, percentual considerado também elevado.

De acordo com os pesquisadores da Fiocruz, a diminuição na incidência de novos casos e de mortes pode indicar um processo de arrefecimento da pandemia, que deve persistir nos próximos meses. O estudo também sinaliza que a tendência de redução das taxas de ocupação de leitos é um reflexo desta nova fase.

Nesta terça-feira a média móvel de mortes por Covid-19 foi a mais baixa desde março, de acordo com os dados do consórcio formado por O GLOBO, Extra, G1, Folha de S.Paulo e O Estado de São Paulo. Em uma redução de 23% em comparação com o cálculo de duas semanas atrás, a média móvel foi de 1.273 óbitos.

Também na terça-feira o Imperial College informou que a taxa de transmissão do vírus (rt)  é a menor desde novembro de 2020. Ela caiu para 0,88. No relatório da semana anterior, o número era de 0,91. O índice atual indica que cada 100 pessoas contaminadas transmitem a doença para outras 88 pessoas. Quando fica abaixo de 1, a taxa de contágio indica tendência de estabilização.

A diminuição nas internações e mortes apontada pelo levantamento da Fiocruz, por sua vez, foi mais expressiva nos grupos prioritários, como idosos e pessoas com comorbidades, atestando que a vacinação é diretamente responsável pela melhora na situação. Ao mesmo tempo, a transmissão ainda permanece intensa entres aqueles que não foram imunizados.

Ainda de acordo com os pesquisadores, “é importante destacar que as vacinas disponíveis apresentam limites em relação ao bloqueio da transmissão do vírus, que continua circulando com intensidade. As vacinas são especialmente efetivas na prevenção de casos graves”. Por isso, recomendam “que sejam mantidas as medidas de distanciamento físico, uso de máscaras, cuidados com a higiene das mãos e que a população não deixe de se vacinar, conforme o calendário dos municípios”.

Ocupação de leitos
Tendências de queda no indicador de ocupação de leitos foram observadas em todos os estados do Nordeste, Sudeste e Sul e também no Mato Grosso do Sul. Apenas quatro estados da Região Norte (Rondônia, Amazonas, Pará e Tocantins) e Goiás apresentaram crescimento em relação ao boletim da semana anterior.

Quatro capitais estão com taxas de ocupação de leitos de UTI Covid-19 iguais ou superiores a 80%: São Luís (81%), Rio de Janeiro (81%), Goiânia (92%) e Brasília (80%).

Onze capitais estão na zona de alerta intermediário, com taxas iguais ou superiores a 60% e inferiores a 80%: Manaus (70%), Boa Vista (74%), Palmas (63%), Teresina (sem informação direta; número estimado em torno de 60%), Fortaleza (65%), Belo Horizonte (67%), São Paulo (61%), Curitiba (77%), Porto Alegre (69%), Campo Grande (79%) e Cuiabá (62%). As outras 12 capitais estão fora da zona de alerta, com ocupação de leitos de UTI inferior a 60%.

“A redução da pressão por internações nos hospitais também é uma oportunidade para retomar o atendimento ambulatorial e hospitalar de demandas que ficaram represadas ao longo da pandemia e programar as cirurgias que foram adiadas”, informam os pesquisadores no boletim.

Redução de mortalidade
Em São Paulo, o governo anunciou nesta quarta que a vacinação levou a uma redução de 46% da mortalidade de pessoas internadas em hospitais com Covid no estado. O dado é resultado da análise dos indicadores de fatalidade de março e junho. Até agora, 62% dos adultos paulistas já receberam, ao menos, uma dose de vacinas contra a Covid-19.

— É uma grande notícia. A proporção dos pacientes que morriam depois de internados era de 35% em março, pico da segunda onda da pandemia. (O patamar) caiu para 19% em junho — afirmou o governador João Doria (PSDB), em coletiva nesta quarta-feira no Palácio dos Bandeirantes.

João Gabbardo, coordenador-executivo do Centro de Contingência da Covid-19, afirmou que a aguardada “volta à normalidade”, no entanto, ainda não está próxima. Ela será adquirida de forma gradual, disse ele, com o avanço do processo de imunização.

Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: O Globo