Mais um novo aplicativo de transporte chegou para concorrer no mercado. Assim como o Femitaxi ou o Lady Driver, o Venuxx (Android, iOS) oferece um serviço exclusivo para mulheres. Só aceitam motoristas e passageiras do sexo feminino. Mas traz um diferencial: o reconhecimento facial para impedir que homens usem o app.
A proposta da Venuxx é ampliar este segmento de mercado para as mulheres motoristas, que ocupam uma porcentagem ainda baixa no Brasil, além de oferecer segurança a elas e suas passageiras. Outro ponto positivo da startup é o comissionamento cobrado da motorista de apenas R$ 1 por corrida realizada, além do imposto municipal obrigatório.
O app foi criado há pouco mais de dois anos, iniciando o serviço em Porto Alegre, e atualmente está também em Belo Horizonte e Ribeirão Preto (SP). Nosso teste ocorreu em outubro deste ano na capital mineira.
Qual é a desse reconhecimento facial?
A tecnologia utilizada pela Venuxx para aplicar o reconhecimento facial é realizada pela Microsoft e pela startup brasileira Saffe Payments. O sistema atrela a foto do rosto das motoristas e passageiras ao CPF, confirmando, dessa forma, a identidade e o gênero.
A função previne que motoristas e passageiras não sejam vítimas de fraudes, roubos e furtos. As motoristas podem até verificar a foto junto ao nome da solicitante da corrida na tela de seus celulares e checar se é a mesma pessoa que está entrando no carro.
As chances de erro no reconhecimento facial do sistema são de 5%, segundo a Venuxx. Caso seja um homem tentando fraudar, a empresa promete que não passará no cadastro por causa do cruzamento de dados com o CPF fornecido, que acusa o gênero.
“Ainda usamos a tecnologia para complementar a segurança, pois o algoritmo garante que a pessoa seja um humano vivo e não coloque fotos para enganar o reconhecimento”, explicou o executivo-chefe da Venuxx, Diogo Gomes.
São aceitos homens na corrida apenas quando estão com a passageira e que tenham até 17 anos de idade.
“A Venuxx não tem força para acabar com o assédio sozinha. Mas queremos diminuir ao máximo esse tipo de problema dando à mulher o direito de escolha e garantindo o seu direito de ir e vir”, diz Gabrielle Jaquier, diretora de operações da empresa.
Experiência
Ao me cadastrar no app, foi necessário permitir o acesso à câmera do meu celular para que o sistema da plataforma realizasse o reconhecimento facial, que ocorreu normalmente.
Testei duas corridas em uma segunda-feira, trajeto de ida e volta. A primeira foi por volta das 16h e a segunda às 19h30. Tive dificuldades em conseguir motoristas disponíveis para me atender no fim de semana, talvez pelo fato de ser um serviço novo ainda com poucas motoristas cadastradas.
A motorista que me atendeu na primeira corrida, Mara Lúcia Calado, 58 anos, trabalha para o aplicativo há dez meses, praticamente o mesmo tempo que a Venuxx está operando em Belo Horizonte e está bem satisfeita com a proposta.
Estou gostando muito de trabalhar para este aplicativo, pois me sinto segura por buscar somente mulheres, diante da temida criminalidade praticada diariamente contra nós neste tipo de serviço. Espero que essa modalidade dê certo, pois beneficiam também as passageiras
Mara Lúcia Calado, motorista da Venuxx
A solicitação da corrida é igual a de outros apps. A minha localização foi identificada prontamente, digitei o meu destino e solicitei a motorista. O preço aparece na tela em seguida; a diferença para os demais aplicativos é que o valor não é exato, podendo variar de ”X a Y reais”.
Os valores cobrados foram bem similares aos da Uber e os da 99 no momento da solicitação, com uma diferença de menos de R$ 1 para mais. Concordei com a estimativa de preço e aceitei a corrida.
O tempo de espera indicado na tela, em ambas as corridas, foi de quatro minutos, mas demoraram entre sete e dez minutos. Fui muito bem atendida durante os serviços.
A motorista que realizou a minha segunda corrida, Suely Aparecida de Oliveira, 53 anos, trabalha para a Venuxx há cinco meses e também para outro aplicativo há seis. Procurou se inteirar bastante com vídeos enviados pela empresa para compreender o sistema de reconhecimento facial.
“É uma tecnologia avançada, não tem como um homem burlar e tentar se cadastrar. Isso nos deixa muito mais tranquilas em aceitar as corridas em diversos horários”, explicou Suely.
Fonte: Tilt
Créditos: Dúnia Catelli