Um dos fundadores do MBL (Movimento Brasil Livre), Pedro Ferreira, levou um boneco de Jair Bolsonaro (PSL) com uma suástica vermelha desenhada na camisa branca ao vão no Masp (Museu de Arte de São Paulo), na avenida Paulista, semana passada.
A transeuntes que passavam sugeria: que tal esfaquear a representação do presidenciável do PSL?
O MBL não é avesso a Bolsonaro. Pelo contrário: faz campanha ativa contra seu adversário, Fernando Haddad (PT), e sai em defesa do capitão reformado em suas redes sociais.
Francine Galbier, única mulher do núcleo duro do MBL, o acompanhava.
O grupo estava de prontidão para gravar quem porventura quisesse atacar o boneco de Bolsonaro -que foi alvo de um atentado a faca em setembro.
Um rapaz o abordou questionando o intuito da ação e o acusou de querer propositalmente inflamar ânimos políticos na mesma semana em que o país registrou mais de 50 agressões ligadas a discussões eleitorais, a maioria vinda de simpatizantes de Bolsonaro.
Pelas redes sociais, relatou o seguinte: “Faço aqui uma denúncia sobre gente ligada ao MBL tentando gerar imagens de violência da esquerda pra inflamar o país. Quem tá do lado do Brasil não quer jogar lenha na fogueira, quer é apagar esse fogo! Onde vamos parar com essa naturalização da violência? Irresponsáveis!”.
Pedro -músico que também assina como Pedro D’Eyrot, da funkeira Bonde do Rolê- disse à reportagem que eles não encontraram quem se dispusesse a atacar o boneco e abandonaram a missão.
Segundo ele, a ideia era ir à Paulista “realizar um experimento social que demonstre o ódio propagado contra o candidato Jair Bolsonaro”.
“Não houve estímulo a facadas em um boneco, mas sim indagações para verificar a disposição do público a agredi-lo. Foi uma iniciativa pessoal, criada a partir do lamentável ato terrorista que vitimou Bolsonaro, com a finalidade de desmascarar a hipocrisia daqueles que apoiam um ato tão torpe quanto esfaquear alguém.”
Em março, o Facebook tirou do ar a página Ceticismo Político, que distribui versões distorcidas de notícias. Sua administração ficava a cargo de Carlos Augusto de Moraes Afonso, que era sócio de Pedro na empresa Yey Inteligência Ltda.
Na época, integrantes do MBL disseram não conhecer Luciano Ayan, um perfil falso de Carlos Afonso.
Fonte: Folha
Créditos: Folha