Uma colisão entre dois trens do Metrô do Recife (Metrorec) ocorreu no início da manhã desta terça-feira (18) na capital pernambucana. O acidente foi por volta das 5h40 na Estação Ipiranga, no bairro de Afogados, na Zona Oeste do Recife. A batida deixou pelo menos 29 feridos segundo o Samu, que foi ao local com 11 ambulâncias e 26 socorristas para fazer o atendimento. Por causa da batida, a Linha Centro do Metrô do Recife, que transporta diariamente cerca de 240 mil passageiros, está sem funcionar, sem previsão de retorno.
Os dois trens estavam com passageiros e na direção Jaboatão/Centro. O acidente ocorreu quando uma composição que estava estacionada – fazendo o embarque e desembarque – na estação Ipiranga foi atingida por outro trem. Além dos 29 feridos, houve quase uma dezena de pessoas que ficaram em choque, entre elas uma das maquinistas envolvidas no acidente. Segundo o Corpo de Bombeiros, todas as vítimas já foram removidas e receberam atendimento. Nenhuma corre risco de vida.
A estação está fechada, e somente agentes do Samu e do Corpo de Bombeiros tiveram acesso à plataforma de embarque para fazer o resgate das vítimas. De acordo com o gerente de Comunicação do Metrorec, Salvino Gomes, o sistema de frenagem do veículo evitou uma tragédia maior. “Graças a Deus, não houve vítima fatal”, afirmou, informando que a maioria sofreu escoriações. “Nossos maquinistas não sofreram danos graves. A maquinista que conduzia o trem vindo de Jaboatão ficou em estado de choque e foi levada para um posto de atendimento médico”, completou.
Segundo a CBTU, a colisão é a primeira entre dois trens do metrô em 35 anos de operação do serviço. “Temos um princípio de ‘falha segura’ que garante o funcionamento do sistema sem que aconteçam acidentes dessa magnitude”, afirmou.
Segundo o diretor de Operações do Metrô do Recife, Murilo Cavalcanti, ainda não se sabe o motivo da colisão, e “a companhia deve se pronunciar assim que houver alguma conclusão”. Uma sindicância, de acordo com a Assessoria de Comunicação do Metrorec, será aberta para apurar as causas da colisão. “Vamos saber se foi uma falha do equipamento ou falha humana”, afirmou Salvino Gomes.
De acordo com o perito criminal Haroldo Azevedo, as imagens do circuito de segurança da estação serão solicitadas e analisadas pela perícia. “A análise preliminar não permitiu que tivéssemos uma conclusão. É a primeira colisão desse tipo que acontece no sistema metroviário do Recife. Podemos apenas afirmar que o sistema de amortecimento funcionou e evitou uma situação mais grave”, afirmou Azevedo. O laudo elaborado pela perícia deve ficar pronto em até 15 dias.
Ainda segundo o porta-voz da companhia, não há previsão de normalização do metrô. “A prioridade é atender e dar apoio às vítimas. Estamos também tentando liberar o sistema e, paralelamente, conduzindo as investigações”. Segundo o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), as vítimas foram socorridas para sete unidades de saúde do Recife – 22 para as Unidades de Pronto Atendimento (UPA) da Caxangá (11 pessoas), Imbiribeira (9) e Ibura (2); sete para o Hospital da Restauração (HR); duas para a Policlínica de Afogados; e duas para duas clínicas particulares.
Por volta das 9h, o HR emitiu balanço sobre o estado de saúde das vítimas internadas no hospital. Os sete passageiros levados para o hospital – três homens e quatro mulheres com idades entre 18 e 48 anos – foram encaminhados para a Unidade de Trauma e têm quadro clínico estável.
Em nota, a Companhia Brasileira de Trens Urbanos lamenta o acidente e afirma que prestará a assistência necessária aos envolvidos.”A CBTU lamenta o acidente ocorrido na data de hoje na Estação Ipiranga e se solidariza com os usuários. A empresa está acompanhando e prestará assistência a todos os envolvidos.Um Comitê de Crise foi instituído e a comissão interna de acidentes já está trabalhando na análise dos fatores que podem ter contribuído para tal ocorrência que é inédita. O Metrô do Recife possui sistema eletrônico de monitoramento que garante a segurança de tráfego, o que tem sido eficaz durante os 35 anos de operação.”
Fonte: Folha de Pernambuco
Créditos: Folha de Pernambuco