A doença do antipetismo manifestou-se de forma exuberante ao longo das 46 horas que precederam a apresentação de Lula à Polícia Federal, saindo a pé de um sindicato cercado por manifestantes que tentaram impedir sua prisão, contrariando sua própria decisão. Fogos, distribuição de bebida gratuita em cabaré de luxo e finalmente os rojões atirados contra o avião no desembarque em Curitiba, por manifestantes que não foram incomodados, enquanto os apoiadores de Lula eram atacados pelas PM. O antipetismo não começou com o mensalão, o petrolão ou o tríplex do Guarujá. Surgiu antes de tudo isso, no primeiro governo Lula, e brotou numa classe média que se entende vítima, e não beneficiária, da redução da pobreza, e que reagiu fortemente às medidas de inclusão, como o Bolsa-Família.
Voltando aos insultos que só podem ter partido de pessoas envolvidas com a gestão do espaço aéreo, uma atividade de segurança nacional, numa dos áudios vazados uma voz masculina, da cabine do avião PR-AAC, reclama:
– Vamos tratar só do necessário. Vamos respeitar o nosso trabalho aqui.
– Eu respeito mas manda este lixo janela abaixo aí…- responde outra voz de homem.
Uma voz feminina entra na conversa e diz:
– Pessoal, a frequência é gravada e pode ser usada contra a gente. Então, mantenham a fraseologia padrão, por gentileza.
>> O áudio pode ser ouvido aqui
A gravação divulgada pelo portal R7 revela um segundo diálogo entre o piloto que conduziu o avião do aeroporto de Congonhas ao de Curitiba na noite de sábado. Depois que o piloto repete os dados sobre a aeronave e a rota de voo, uma voz masculina diz:
– Leva e não traz nunca mais.
>> O áudio pode ser ouvido aqui
Por meio de nota divulgada para o R7, a FAB (Força Aérea Brasileira) confirmou que a conversa ocorreu instantes antes da decolagem da aeronave, assegurando que a frase não foi dita por um controlador da torre. No entanto, a FAB não soube informar se foi dita por um piloto ou tripulante.
“Podemos assegurar que a observação ao final do áudio em questão não foi feita pelo controlador de tráfego aéreo. Ressalva-se que a frequência utilizada para essas comunicações aeronáuticas é aberta, por isso quem estiver conectado pode ouvir e falar. Porém, as regras de tráfego aéreo orientam que os usuários se identifiquem, o que evidentemente não ocorreu neste caso.”
Querendo, entretanto, a FAB tem todos os meios para identifica-los.
Fonte: Jornal do Brasil
Créditos: Jornal do Brasil