O traficante carioca Sérgio Lima dos Santos foi condenado, nesta sexta-feira, no Paraguai, a 35 anos de prisão pelo homicídio de Jorge Rafaat Toumani, conhecido como Rei da Fronteira. Rafaat, que controlava o tráfico de drogas nas cidades de Ponta Porã e Pedro Juan Caballero, na fronteira do Brasil com o Paraguai, foi morto com 16 tiros, em junho de 2016. Na ocasião, o traficante foi vítima de uma emboscada e acabou assassinado com tiros de uma metralhadora calibre .50. Para a Justiça paraguaia, Sérgio, um ex-militar, era o homem que manuseava a arma.
Ele foi preso logo depois o crime, após dar entrada num hospital da região. O julgamento aconteceu na Agrupación Especializada, quartel onde o também brasileiro Marcelo Fernando Pinheiro Veiga, o Marcelo Piloto, matou a jovem Lidia Meza. Na chegada ao quartel, o carioca vestia um colete à prova de balas e um capacete. Santos, entretanto, vai cumprir a pena em outra penitenciária da capital paraguai, o presídio de Tacumbu.
Para as polícias paraguaia e brasileira, Santos é integrante do Comando Vermelho (CV), maior facção do tráfico do Rio. Antes do crime, ele tinha diversas passagens pela polícia no Rio. Em inquérito de 2009, da 6ª DP (Cidade Nova), Sérgio é apontado como gerente do tráfico na comunidade do Fogueteiro, em Santa Teresa. Ele é investigado por associação para o tráfico de drogas, corrupção ativa e uso de entorpecentes. Sérgio chegou a ser preso no Rio, por roubo, em 1997.
A principal prova que levou à condenação do traficante foi um laudo pericial que comprovou que o DNA de Santos foi encontrado dentro do Hilux usado pelos assassinos. Até hoje, o brasileiro é o único responsabilizado pelo crime. Apesar de o caso não ter sido solucionado pelas autoridades paraguaias, a principal suspeita é que a morte de Rafaat tenha sido posta em prática pelas duas maiores facções brasileiras, o CV e o Primeiro Comando da Capital (PCC), com o objetivo de controlar a fronteira.
Tiros e perseguição
Rafaat estava dentro de um jipe, quando um grupo de homens fortemente armados se aproximou em dois veículos: uma Toyota Hilux e um Ford 250. Dentro dos veículos, havia um fuzil AK 47 e metralhadoras, uma delas calibre .50, que é antiaérea. Após o crime, oito seguranças que acompanhavam Rafaat foram presos. No entanto, hoje eles respondem em liberdade por posse de armas.
Fonte: EXTRA
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