O taxista Manoel Geraldo Chaves, de 63 anos, que foi infectado com o novo coronavírus e aguardava transferência para um leito de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) há três dias, morreu na quarta-feira (6), no Hospital de Emergência (HE) de Macapá.
Manoel Geraldo apareceu em fotos tiradas pelo filho, José Chaves, ao lado de corpos de pacientes que morreram com o novo vírus, junto a outros pacientes e acompanhantes, sem nenhum isolamento.
Na quarta-feira, o secretário de Estado da Saúde do Amapá, João Bittencourt – que foi diagnosticado com a Covid-19 – disse, em entrevista ao JAP1, que a demora na retirada dos corpos ocorre devido protocolo, mas que estuda como minimizar problema.
O gestor da pasta falou sobre a falta de isolamento dos pacientes no HE e afirmou que o hospital deve restringir os acompanhantes no local. Bittencourt acrescentou que prevê a abertura do Centro de Triagem, montado há quase duas semanas, em até dois dias. Ele comentou ainda a dificuldade em abrir leitos de UTI por falta de alguns equipamentos e equipe.
De acordo com o filho do Taxista, José Chaves, até o momento da morte do pai, não havia previsão da transferência dele para um dos dois centros exclusivos de tratamento da Covid-19 do estado. Ele reforçou que os profissionais de saúde do HE disseram não haver disponibilidade de leitos.
“Não conseguiram leito com respirador para o meu pai e ele morreu justamente por isso. Se tivessem transferido ele para um leito de UTI, talvez hoje a gente não estivesse chorando a morte dele. O forro do HE tá caindo em cima das pessoas doentes, tem goteira e barata fica ‘passeando’”, lamentou.
Ainda na quarta-feira, o portal alimentado pelo governo estadual apontava disponibilidade de leitos. A taxa de ocupação dos leitos clínicos era de quase 96% e dos de UTI, passava os 70%, segundo os dados da página.
Fonte: G1
Créditos: Polêmica Paraíba