A manifestação prevista para o Dia da Pátria e convocada pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, que chama seus apoiadores para um “7 de Setembro Gigante” é hoje a maior preocupação do comando do STF, quanto à segurança e à integridade do Tribunal. Estão previstos 3 diferentes planos de proteção do patrimônio público e da imagem da instituição, em gradação crescente, a depender da eventual ameaça que o protesto venha representar à Suprema Corte brasileira – hoje percebida como opositora do governo Bolsonaro por parcela importante dos seguidores do presidente.
A cúpula do Judiciário acertou diretamente com o governador do Distrito Federal, Ibanez Rocha, o reforço da proteção ao edifício do plenário do STF, inteiramente revestido de vidro e considerado o mais vulnerável da Esplanada.
Pelo menos três tipos de barreiras físicas estão previstas para evitar a aproximação de manifestantes. Até a capacidade para arremesso de uma pedra foi cuidadosamente estimada. Além da equipe de seguranças do próprio Tribunal, ampliada em gestões anteriores à de Fux, está previsto reforço do contingente da polícia militar do DF destacado para a ocasião. Os detalhes do novo protocolo são guardados em estrito sigilo pela cúpula da segurança pública.
Nas redes sociais, há pelo menos 20 dias, seguidores de Bolsonaro convocam presença na manifestação em diversas cidades sob a hashtag #SeteDeSetembroVaiSerGigante. Entre os setores que demonstram ter investido na promoção do evento está o dos ruralistas, que anunciam o envio de caravanas às capitais. Alguns pregam abertamente o fechamento do STF e a invasão do Senado, sede da CPI da Pandemia, tida como principal trincheira antibolsonarista.
Bolsonaro anunciou que estará presente tanto na manifestação em Brasília, quanto na programada para a Avenida Paulista, reservada pela prefeitura de São Paulo para ser utilizada exclusivamente pelos organizadores do ato pró-governo. Em outras ocasiões, houve partilha controlada da principal avenida da capital paulista e centro nervoso dos protestos políticos, entre apoiadores e opositores do presidente. A ida às ruas dos grupos contrários a Bolsonaro está prevista para o dia 12 de setembro.
A mobilização que levou cerca de 6 mil indígenas à Praça dos Três Poderes, inclusive em vigília que atravessou a madrugada do dia 25, a poucos metros da sede do STF, foi vista como teste para as autoridades de segurança. Até o momento, a manifestação foi pacífica, e deve ser retomada em menor escala no correr desta semana, quando está prevista a continuidade do julgamento o Marco Temporal para demarcação de terras indígenas.
O Ministério da Defesa anunciou no dia 17 o cancelamento do tradicional desfile cívico do Dia da Pátria. O Brasil ainda vive sob risco de contágio do coronavírus e sob ameaça cepa Delta, cuja propagação deve se intensificar em grandes centros, como São Paulo, a partir de setembro, segundo especialistas.
Fonte: IG
Créditos: IG