Debates

STF reconhece vínculo de entregador de aplicativo com empresa

Paralização dos entregadores de aplicativo na praça Charles Miller, Pacaembu.
Paralização dos entregadores de aplicativo na praça Charles Miller, Pacaembu.

Os debates sobre o trabalho em aplicativos no Brasil estão intensos, com entregadores organizando mobilizações em várias cidades. Em São Paulo, uma motociata até o iFood está marcada para quarta-feira (20), e uma paralisação nacional está prevista para 31 de março, com apoio em estados como Paraíba e Rio de Janeiro.

As reivindicações iniciais focavam no iFood, pedindo uma taxa mínima de R$10 por corrida e promoções justas. No entanto, a situação mudou após o governo Lula apresentar o Projeto de Lei Complementar (PLP) 12/2024, que regulamenta o trabalho de motoristas de aplicativos. O projeto define a categoria “trabalhador autônomo por plataforma” e estabelece uma carga máxima de 12 horas diárias, além de uma remuneração mínima de R$32,10 por hora, mas não contabiliza o tempo em que o trabalhador está logado sem aceitar corridas.

Críticas ao projeto surgem de diferentes setores, com alguns argumentando que ele desmantela direitos trabalhistas e favorece as empresas. Políticos de direita também se opõem, frequentemente disseminando informações falsas sobre a regulamentação.

O iFood defende a regulamentação como uma forma de garantir autonomia e segurança jurídica. No entanto, muitos entregadores veem a proposta como prejudicial, temendo uma diminuição na remuneração e uma maior opressão governamental.

Protestos já ocorreram em várias cidades, e os organizadores afirmam que a regulamentação beneficiará apenas sindicatos e o governo, sem melhorias para os trabalhadores. O governo, por sua vez, afirma que o projeto visa garantir direitos que atualmente não existem.

A expectativa é que a regulamentação seja um tema central nas próximas mobilizações, com entregadores buscando melhores condições de trabalho e uma remuneração justa.