Citado na Operação Lava Jato da Polícia Federal, Sergio Machado deve pedir nesta segunda-feira (3) licença da presidência da Transpetro, subsidiária da Petrobras no setor de logística.
Amigos de Machado afirmaram à Folha que o afastamento ocorre após a consultoria Pricewaterhouse exigir sua demissão para continuar a auditoria na Petrobras. “Ele não tem nada a temer, quer deixar o caminho para que tudo seja investigado”, afirma um peemedebista amigo de Machado.
No auge da campanha eleitoral, Dilma Rousseff cogitou demitir Machado, indicado por Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado, após o seu nome aparecer entre os citados da Lava Jato.
Deflagrada em março pela PF, a operação descobriu um esquema de desvio de dinheiro da Petrobras que envolveu o ex-diretor Paulo Roberto Costa, doleiros e fornecedores da estatal. Segundo a PF, uma “organização criminosa” atuava dentro da empresa. O esquema teria movimentado R$ 10 bilhões.
Machado foi citado em depoimento de Costa à Justiça Federal como uma das pessoas que participavam do esquema de irregularidades na Petrobras. Paulo Roberto disse ter recebido R$ 500 mil do presidente da Transpetro. Segundo o ex-diretor, o pagamento foi referente à licitação de navios pela empresa para a área de abastecimento.
O PMDB, no entanto, barrou a demissão. Caciques da legenda cobraram do Planalto “tratamento isonômico”: se demitissem Machado, João Vaccari, tesoureiro do PT, também deveria ser afastado do conselho de Itaipu.
Para evitar desgastes com o PMDB durante o processo eleitoral, Dilma recuou e manteve Machado. Entre as reclamações, o PMDB queria uma “saída honrosa” para Machado.
Folha de S. Paulo