Às vezes, o beijo desperta paixões, como aconteceu com Scarlett e Rhett no filme E o Vento Levou, quando a heroína descobre no poder mágico de um beijo a dimensão até então desconhecida da felicidade física, que muda toda a história. Pode também deixar marcas indeléveis na memória, como dizia Brigitte Bardot a Jean-Louis Trintignant em E Deus criou a mulher: “Se me beijares, nunca mais me esquecerás.”
Entretanto, em alguns casos o beijo promove o efeito contrário: o desencanto amoroso. E ninguém sabe bem explicar por quê. Talvez seja mesmo uma questão de química pessoal e a resposta, meramente biológica. Segundo os cientistas, existem substâncias produzidas por glândulas sebáceas dentro da boca e nas bordas dos lábios que, passadas de uma pessoa para outra, provocariam intenso desejo sexual ou sensação de desagrado.
Por tocar tão fundo na alma, apesar de desejado, o beijo também encerra a ideia de perigo. É sabido que as prostitutas se protegem do envolvimento amoroso com seus clientes se recusando a beijá-los. Há mais de dois mil anos, na Grécia, já se temiam as consequências do beijo. Xenofonte, em Memoráveis, faz seu mestre Sócrates dizer que o beijo de um belo rapaz é mais perigoso do que a picada de uma tarântula, porque o contato dos lábios com um jovem reduz instantaneamente à escravidão o mais velho que se arriscou a ele.
E quando um casal não mais se beija? Significa que a relação está chegando ao fim? Tudo indica que beijar é a primeira ação íntima que cessa quando um relacionamento entra em decadência. O sexo ainda sobrevive mais um pouco. Aquela rotineira e fraternal troca de beijos no rosto pode bem exprimir que o desejo sexual ardente de um pelo outro já é coisa do passado. Assim, é possível que o beijo funcione como termômetro, medindo o grau de intensidade do desejo em uma relação.
Fonte: UOL
Créditos: UOL