Combate ao coronavírus

SEIS VACINAS: confira detalhes dos imunizantes que podem chegar ao Brasil em 2021

Na última quarta-feira (16) o Governo Federal anunciou o plano nacional de imunização contra a covid-19. Um dos pontos que chamou a atenção no plano é a inclusão da vacina chinesa CoronaVac, que em outro momento durante a pandemia, por questões ideológicas, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse publicamente que não iria trazer o imunizante para o Brasil.

O plano de imunização do governo federal citou 13 vacinas que estão nas etapas mais avançadas de pesquisa clínica. Destas, duas já tiveram a compra de doses solicitadas e outras seis tiveram memorandos de entendimento firmados. Esse memorando é a primeira fase para a compra da vacina.

O plano detalha que o governo federal tem, em andamento, negociações para a obtenção de aproximadamente 350 milhões de doses de vacinas. Já foi feita a encomenda de 100,4 milhões de doses até julho de 2021 e mais 110 milhões de doses no segundo semestre do próximo ano da vacina da Universidade de Oxford, em parceria com a Fiocruz. Além disso, o Ministério da Saúde aderiu à iniciativa da Organização Mundial da Saúde (OMS), a Covax Facility. O acordo prevê 42 milhões de doses.

O Plano Nacional cita ainda os memorandos de entendimento junto a seis vacinas, sendo elas as vacinas produzidas pelo Instituto Butantan com a chinesa Sinovac; as americana e alemã Pfizer/BioNTech; a belga Janssen; a americana Moderna; a russa Gamaleya; e a indiana Bharat Biotech.

Segundo o texto, o governo federal negocia a compra de 70 milhões de doses da Pfizer/BioNTech e outras 28 milhões de doses da Janssen. Sobre as demais vacinas, foram solicitadas informações de preços, estimativa e cronograma de disponibilização de doses, assim como seus estudos científicos.

O ministro da Saúde, Eduadro Pazuello disse que todas as vacinas contra a doença que estiverem registradas na Agência Nacional de Vigilância Santiária (Anvisa) serão usadas no Programa Nacional de Imunização. Até o momento, nenhuma foi aprovada pelo órgão.

Fases de produção

A produção de uma vacina passa por três fases. A primeira delas consiste no descobrimento de quais moléculas devem ser utilizadas na composição da vacina. Essa primeira fase é feita em laboratório.

A segunda fase é uma fase não clínica. Nessa fase, são realizados testes em animais para a comprovação dos resultados que foram obtidos em ensaios in vitro.

A terceira fase é a fase clínica. O produto passa a ser testado em seres humanos e é dividida em três etapas: primeiro em voluntários sadios, assim é possível testar a segurança, eficácia e resposta imunológica do imunizante; segundo é testado em voluntários escolhidos de forma aleatória, incluindo alguns pertencentes em grupos de risco; por último a testagem é feita em milhares de pessoas, para avaliar a eficácia em condições naturais.

Após essa fase, cabe aos órgãos regulatórios a aprovação ou não da vacina. No Brasil, essa função é de responsabilidade da Anvisa.

A seguir, confira um resumo detalhado de como as vacinas em negociação pelo governo federal se encontram atualmente:

CoronaVac

A vacina é produzida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan. Sua eficácia ainda não foi divulgada e serão necessárias aplicação de duas doses do imunizante.

Países como Indonésia, China, Turquia sinalizaram a compra da vacina. Na China, ela obteve aprovação de uso emergencial para uso limitado. O Brasil, por meio do governo do estado de São Paulo, também comprou a vacina. A expectativa é de 46 milhões de doses disponíveis até janeiro de 2021.

O governo de São Paulo irá solicitar junto a Anvisa o pedido de uso emergencial e definitivo da vacina. Ela atualmente se encontra na terceira fase de testes e sua eficácia precisa ser comprovada antes da liberação pela Anvisa. Com o pedido emergencial aprovado, a vacina poderia ser aplicada já em janeiro.

O governo da Paraíba, inclusive, está em negociação com o governo de São Paulo para a compra de doses da CoronaVac.

 

ChAdOx1

A vacina é produzida em conjunto pela Universidade de Oxford e a empresa AstraZeneca, ambas do Reino Unido. A brasileira Fiocruz tem parceria com a AstraZeneca para a futura produção local. Ela apresentou eficácia média de 70%, podendo chegar até 90%, em resultados obtidos em estudos da fase 3. Os testes revelaram que duas doses da vacina apresentaram 62% de eficácia. Já em aplicação de uma dose inteira e outra fracionada, a eficácia subiu para 90%. A quantidade ainda será definida.

Austrália, Coreia do Sul, Estados Unidos, Japão, Reino Unido, países da União Europeia e Brasil já compraram doses da vacina. No Reino Unido, a vacina está em análise pela agência reguladora do país. O Brasil encomendou 100 milhões de doses do imunizante até julho de 2021. No segundo semestre do ano, serão mais 110 milhões de doses.

Até o fechamento desta matéria, ainda não foi solicitado o pedido de utilização junto a Anvisa. Segundo o ministro da Saúde, a vacina de Oxford, como vem sendo chamada, pode ser aplicada em meados de fevereiro.

BNT162b2

A vacina é produzida pela americana Pfizer e a alemã BioNTech. Ela apresentou eficácia de 95% em resultados dos testes. Será necessário a aplicação de duas doses do imunizante.

Países como Austrália, Canadá, Coreia do Sul, Reino Unido, Estados Unidos, Japão, Chile e o Brasil compraram doses do medicamento. Estados Unidos, Canadá e Reino Unido, por exemplo, já começaram suas campanhas de vacinação com a vacina da Pfizer. No Brasil, o governo negocia a compra de 70 milhões de doses.

Até o fechamento desta matéria, também não foi solicitado o pedido de utilização junto a Anvisa.

Ad26.COV2.S

A vacina é produzida pela farmacêutica belga Janssen, que é do grupo Johnson & Johnson. Ela iniciou nesta semana os estudos para medir a eficácia do imunizante. Testes apontam que será necessária apenas a aplicação de uma dose.

Estados Unidos, União Europeia, Canadá e Coreia do Sul já compraram doses da vacina, mas ela ainda não foi aprovada por nenhum órgão regulatório. No Brasil, o governo federal negocia também a compra de 38 milhões de doses, sendo 3 milhões de doses no segundo trimestre de 2021, 8 milhões no terceiro trimestre de 2021, e 27 milhões no quarto trimestre de 2021.

Naturalmente, o pedido de uso emergencial junto à Anvisa não foi realizado, e não há a previsão de aplicação no País.

mRNA-1273

Ela é produzida pela farmacêutica norte-americana Moderna e tem eficácia de 94,5%. A aplicação do imunizante será feita em duas doses.

Estados Unidos, Canada, Coreia do Sul, Reino Unido, Suíça e a União Europeia foram países que já compraram doses da vacina. Contudo, nenhum órgão regulatório aprovou a utilização da vacina.

No Brasil, o governo federal sinalizou interesse em comprar doses da vacina. Foram solicitadas informações sobre preços e cronograma de disponibilização de doses.

Sputnik V

A vacina é produzida na Rússia pelo Instituto Gamaleya e tem eficácia de 91,4%. A aplicação é feita em duas doses.

Além da Rússia, Argentina, Egito, Índia, Nepal, Cazaquistão, Uzbequistão México e Coreia do Sul solicitaram a compra de doses da vacina. No Brasil, o governo da Bahia está em contato com o comitê da vacina russa para que sejam realizados testes da vacina no Estado. Na Rússia, a vacina já está sendo aplicada em caráter emergencial.

Além da Bahia, o governo federal também solicitou informações sobre preços e cronograma de disponibilização de doses.

Covaxin

A vacina está sendo desenvolvida pela farmacêutica indiana Bharat Biotech, em parceria com o Conselho Indiano de Pesquisa Médica. Ela se encontra na fase três de testes e está em análise pela agência reguladora da Índia.

A Bharat afirma ter acordo com governos e mercados privados em pelo menos 30 países para a negociação de doses. Ela tem previsão de ser lançada para uso emergencial em fevereiro de 2021 no país.

Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba