Quatro anos depois, os dois maiores rivais da disputa presidencial de 2014, quando conquistaram 105 milhões de votos, deverão se enfrentar de novo nas eleições de Minas Gerais.
Os mineiros Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) são pré-candidatos ao Senado na disputa por uma das duas vagas em outubro. Atual senador, o tucano tentará a reeleição.
Presidente afastada por um impeachment em 2016, mas com os direitos políticos preservados, a petista transferiu seu título de eleitor da capital gaúcha, onde construiu sua carreira política, para a mineira no último dia do prazo (6 de abril), a mde brigar, pela primeira vez, pela
vaga de senadora.
Quando desembarcou em Minas, pensando, talvez, no inimigo tucano que voltaria a enfrentar, mal sabia ela que sua chegada seria o estopim de uma crise que levou ao rompimento de seu partido com o MDB e à abertura de outro processo de impeachment, desta vez, contra seu principal aliado, o governador Fernando Pimentel (PT).
A volta de Dilma para Minas caiu como uma bomba no MDB, que, em nível nacional, foi o seu principal algoz em 2016. O presidente da Assembleia Legislativa de Minas, deputado Adalclever Lopes (MDB), era, até então, o principal ador da governabilidade de
Pimentel e, por isso, mesmo havia planejado ser o candidato preferencial ao Senado, senão o único, na chapa de reeleição do governador.
Resistências
Dentro do PT também surgiram resistências à candidatura de Dilma ao Senado por Minas, como a do deputado federal e pré-candidato a senador Reginaldo Lopes (PT-MG). “Dilma não é candidata a nada. Pelo menos por Minas não vai ser”, disse ele quando surgiram os primeiros rumores sobre a candidatura da ex-presidente pelo estado natal.
Ainda assim, apesar de alguns resmungos, não houve resistência manifesta à candidatura dela, hoje totalmente superada, até porque o governador Fernando Pimentel, que patrocinou seu retorno a Minas, é amigo pessoal dela e detém controle absoluto sobre o PT mineiro. Ali, só é candidato majoritário quem receber o aval do governador.
Em ato que não teve a participação de Aécio, o PSDB lançou, ontem, o também senador Antônio Augusto Anastasia como pré-candidato ao governo do Estado nas eleições. Até cerca de dois meses atrás, Anastasia armava
que não disputaria. O parlamentar, no entanto, teria sido pressionado a mudar o posicionamento. O temor era que, sem um nome na disputa pelo Palácio da Liberdade, a legenda tenderia a se enfraquecer em Minas.
Fonte: diário do nordeste
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