Um dos assuntos mais procurados e mais comentados pelos brasileiros em 2021 foi a vacinação contra a Covid-19. Se no primeiro ano da pandemia as dúvidas pairavam acerca dos danos que a doença desconhecida podia causar, já neste ano, a chegada da vacinação trouxe outra série de questionamentos: eficácia dos imunizantes, receio da aplicação devido ao tempo recorde de produção, a esperança de voltar a uma vida normal, quando chegaria a vez de cada um em ser imunizado, entre outros.
A vacinação no mundo foi iniciada ainda em 2020. O Reino Unido, em 8 de dezembro, aplicou a primeira dose contra a doença, a uma senhora de 90 anos, integrante do um dos grupos prioritários da vacinação. O imunizante utilizado foi o da Pfizer.
Já no Brasil, a chegada dos primeiros imunizantes foi em meio a um embate ideológico entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB). Enquanto o presidente evitava falar sobre o assunto, o governador paulista agiu por si só, em parceria com o Instituto Butantan, para trazer a vacina CoronaVac, produzida na China (o que gerava o conflito de ideias entre ambos).
Após aprovação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em 17 de janeiro, do uso emergencial da CoronaVac, o governador paulista não perdeu tempo e no mesmo dia, o governo estadual aplicou a primeira dose de um imunizante contra a Covid-19 em um residente no Brasil, uma enfermeira de 54 anos. Era dado início então à corrida pela vacinação. Na Paraíba, a primeira dose aplicada foi no dia 19, também a uma enfermeira, de 60 anos, do Hospital Clementino Fraga, em João Pessoa.
E em meio a essa corrida, uma série de fake news sobre as vacinas que estavam programadas para chegar ao Brasil, além da CoronaVac, começou a ser disseminada. Afirmações do tipo inserção de um chip no ser humano, transmissão de HIV, modificação do DNA humano, entre outras, foram algumas das notícias falsas espalhadas pelas redes sociais.
Após a aplicação da CoronaVac, os outros imunizantes que futuramente seriam aplicados no Brasil também tiveram seu uso aprovados pela Anvisa: Pfizer, AstraZeneca e Janssen, sendo a última aplicada em apenas uma dose, enquanto as demais aplicadas em duas doses.
No começo da vacinação, a prioridade foi dada a trabalhadores de saúde e idosos, além de outros grupos, determinados pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI). Por conta do ainda baixo número de doses disponíveis, cada vez mais ficaram públicos os casos de ‘fura-filas’ da vacina, envolvendo pessoas de grande poderio financeiro e até famosos. Episódios também foram registrados na Paraíba.
Também, ao longo da vacinação ainda com poucas doses disponíveis, outro ‘personagem’ ganhou notoriedade, o ‘sommeiler da vacina’, que é aquele que queria escolher de qual fabricante seria imunizado. A CoronaVac, por ter origem chinesa, era a menos desejada pelos sommeilers. A AstraZeneca também não era bem vista por parte da população devido às reações após a imunização. Nesse momento, o Brasil já tinha, além dos dois imunizantes citados, a possibilidade de imunizar com Pfizer e Janssen.
Nesse tempo começaram a surgir notícias da suposta negligência por parte do governo federal na compra de doses de vacinas contra a Covid-19, expostas principalmente durante as atividades da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado Federal.
A Paraíba foi destaque nacional com relação ao avanço da vacinação no País. Por muitos relatórios divulgados por um Consórcio de Imprensa que foi criado para informar os brasileiros sobre a vacinação, a Paraíba aparecia na lista dos cinco estados que mais vacinavam no Brasil. Em junho, foi iniciada em João Pessoa a vacinação por faixa etária, fora dos grupos prioritários, o que ajudava a alavancar os números.
E com o avanço da vacinação, o Brasil começou a ensaiar a flexibilização de restrições. Com isso, a volta de shows foi permitida, públicos nos estádios de futebol e até a desobrigação do uso de máscaras foi concedido por alguns estados e municípios. As cidades passaram a anunciar festividades de fim de ano e carnaval, até que a chegada de uma nova variante do coronavírus, a ômicron, fez com que gestões estaduais e municipais recuassem no tocante a esses eventos.
Também foi anunciada pelo governo brasileiro, algo que já vinha sendo feito em outros países, a necessidade da aplicação de uma dose de reforço, ou a terceira dose (segunda dose para o imunizante da Janssen).
Países europeus, além dos Estados Unidos, que no primeiro semestre de 2021 haviam flexibilizado as restrições devido ao avanço da vacinação, viram próximo ao fim do ano os índices de contágio e mortes voltarem a subir. Novas medidas restritivas, inclusive lockdowns, passaram a ser exigidos, principalmente aos não vacinados. Muitos dos países europeus estão estagnados com 70% da população alvo vacinada contra a doença.
O atual estágio da vacinação e da doença está focado na ômicron. Estudos iniciais revelam que a variante é mais contagiosa que outras já detectadas, mas menos letal. Cientistas realizam testes para averiguar se as vacinas disponíveis hoje no planeta são eficazes contra a nova cepa do vírus.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba