opinião

Respeitável público – Retrato de um Brasil embaixo da lona! Por Francisco Airton

Tentando convencer o “respeitável público” de que o Brasil precisa aprovar a reforma da previdência para sair do buraco, o presidente Jair Bolsonaro e o ministro Paulo Guedes, parecem não falar a mesma língua, e sequer conseguem fazer os próprios aliados acreditarem no que dizem!

Sinceramente eu não sei se tenho raiva ou pena dessas pessoas que formam o atual governo federal! Sofrendo como todos os brasileiros que precisam trabalhar para poder sobreviver, assisto do meu canto, um país transformado num enorme circo mambembe, onde todos se debatem num corre, corre frenético em que batem cabeças tentando fazer o seu gerente/administrador, calar a boca e parar de fazer tantas asneiras!

Tentando convencer o “respeitável público” de que o Brasil precisa aprovar a reforma da previdência para sair do buraco, o presidente Jair Bolsonaro e o ministro Paulo Guedes, parecem não falar a mesma língua, e sequer conseguem fazer os próprios aliados acreditarem no que dizem! Um pacote de maldades (mais um) contra trabalhadores, velhos, mulheres, professores… está sendo empurrado apesar de nos convencer cada vez menos de que é a única solução!

Assistimos as peripécias de um líder que, por várias vezes e somente na última semana, deixou claro que não está preparado para o cargo que ocupa. E não sou eu quem diz! As palavras são do próprio – “Não nasci para ser presidente. Nasci para ser militar”! “Ás vezes pergunto a Deus o que eu fiz para estar aqui” (ocupando o cargo de presidente da república)? E colocando sempre os pés pelas mãos, segue caminhando vomitando pérolas por onde discursa.

O Brasil despencando com tragédias provocadas pela ganância e as tragédias (naturais?) e ao invés de proferir palavras de conforto e de esperança, ouvimos algo como: “o exército não matou ninguém”! Isso após soldados do exército disparar 80 tiros contra o carro de uma família que ia a um chá de bebê, matar o pai em plena via pública e ainda (segundo denunciou a própria esposa da vítima) debochar do seu sofrimento! O Brasil precisa de alguém que o guie com sabedoria, que esqueça o twitter e que arregace as mangas na hora de tomar decisões! Chega de subserviências e embaraços!

Já não é mais necessário tanto esforço para enxergar o desespero de membros do governo, assessores mais próximos, correrem o tempo todo preocupados com as palavras e com as ações do seu chefe maior. De um lado, o Vice-Presidente da República, Gal. Mourão, do outro lado, o ministro da Economia, Paulo Guedes, desmentindo ou tentando justificar os petardos do capitão!

Os incidentes diplomáticos, provocados por Bolsonaro, tem levado autoridades a loucura! Ofender o próprio povo brasileiro, ao determinar que se comemore o Golpe de 1964, como se fosse uma revolução apoiada pela população naquela época, nos pareceu algo insano, de alguém que parece não conhecer a própria história e que ofendeu profundamente as famílias dos torturados, mortos e desaparecidos!

Indo totalmente na contramão da história, visita Israel, diz que vai mudar a embaixada brasileira de Tel Aviv para Jerusalém e ai desconhece direitos internacionais, ofende o povo palestino e logo em seguida atraiu a ira das autoridades israelenses, ao dizer que o Holocausto, que foi o genocídio de judeus na Segunda Guerra, poderia ser perdoado! Como perdoar crimes contra a humanidade? O mundo está em polvorosa! Isso é ignorância ou é pura maldade mesmo?

Mas a turma que apaga incêndios parece estar se cansando de tantas cabeçadas e o vice Hamilton Mourão mandou um recado direto contra o presidente Jair Bolsonaro ao dizer que as milícias que atuam no Estado devem ser combatidas. “Não pode fugir disso aí. Tem que buscar uma forma de atuação coordenada entre os três entes da federação para que o Estado desempenhe o seu papel. É inadmissível que existam locais que as forças legais, ou os próprios trabalhadores de companhias de luz, de gás, da água, não possam entrar”, afirmou. As declarações chegam após as suspeitas constantes na imprensa e redes sociais, de possível ligação do Bolsonarismo e as milícias do Rio de Janeiro!

Se dizendo não entender de economia, Bolsonaro interfere nas decisões da Petrobras e estremece a economia e Paulo Guedes (seu primeiro ministro) em Nova York diz que não foi avisado de tal decisão e que agora pode até interferir e mudar tudo novamente! Fica cada vez mais evidente aquele cenário em que o Presidente da República não pode ficar sozinho um minuto longe dos “bombeiros” de plantão. Os desmentidos e atos desfeitos, só causam mais insegurança!
E para fechar o pacote do atraso, após inúmeras demissões dentro do MEC e por fim com a queda do ministro da pasta a última pérola dispensada candidamente pelo Presidente da República: “Queremos uma garotada que comece a não se interessar por política, como é atualmente dentro das escolas, mas comece a aprender coisas que possam levá-las ao espaço no futuro”, disse. O projeto Escola Sem Partido foi uma das bandeiras de Bolsonaro na campanha eleitoral.

Mas não vou aqui cometer injustiças e dizer que a culpa é apenas do Capitão. Diante das gafes, erros gritantes de português, silêncio ou atraso de uma semana para se pronunciar diante de catástrofes e erros fatais contra pessoas indefesas, além de cestos e mais cestos de laranjas espalhados pelo país, também se evidencia o aglomerado de responsáveis por tudo isso que está ocorrendo e se desenhando numa imagem negativa do Brasil lá fora. Mas, afinal de contas, os afins se atraem!

Fonte: Francisco Airton
Créditos: Francisco Airton