A advogada Paula Marzano, que defende duas detentas com formação superior do Complexo Penitenciário Estêvão Pinto, na Zona Leste de Belo Horizonte, anunciou nesta terça-feira a entrada com pedidos judiciais para o retorno das suas clientes a celas de onde foram transferidas na unidade.
Em carta datada de segunda-feira, a qual o Estado de Minas teve acesso, uma advogada que está presa preventivamente na Estevão Pinto, pelo crime de coautoria em um homicídio – defendida por Paula Marzano – afirma que ela e outras duas detentas foram remanejadas para cela “castigo” para ‘liberar” uma cela na qual encontra-se a irmã do senador afastado, que estaria recebendo regalias na prisão.
A Secretaria de Estado de Administração Prisional (Seap) e a defesa de Andrea Neves negam o recebimento de qualquer tipo de regalia por ela.
Na correspondência, a advogada relata que por volta das 16h de 18 de maio, ela e outras duas detentas com diploma superior foram comunicadas da “necessidade imediata” da cela onde se encontravam, pois “a detenta Andréa Neves haveria de usar sozinha a cela”.
“A cela interna (triagem/castigo) tem cerca de 4 metros quadrados. Estão (sic) em péssimas condições de instalações, com apenas uma cama. Não há iluminação adequada e não sabemos se é dia ou noite pela falta de janelas. Utiliza-se no lugar das janelas uma chapa de aço com poucos furos. O isolamento é total, por ser castigo”.
“Só queremos o que (a) nós é de direito: tratamento condigno ao nosso grau de formação e igualdade de trato e procedimentos em relação a detenta Andrea Neves”, diz a carta.
A advogada Paula Marzano disse que, ao recorrer à Justiça, sua intenção não é representar formalmente contra o tratamento ou possíveis regalias à irmã do senador afastado. “O que quero é apenas um tratamento igual para as minhas clientes com curso superior, como determina a lei”, afirmou a advogada.
Fonte: EM