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Raízes do bolsonarismo - Por Sebastião Costa

Uma visita de Plínio Salgado à terra de Mussolini e ele retorna entusiasmado com os preceitos fascistas. Em outubro de 1932 cria a Aliança Integralista Brasileira. O prestígio das ideias do ditador italiano e a propaganda anticomunista vigorosa deram-se as mãos, permitindo a construção de um partido de massas, com mais de  4 mil células espalhadas pelo país. 

Foto: reprodução / Internet

Uma visita de Plínio Salgado à terra de Mussolini e ele retorna entusiasmado com os preceitos fascistas. Em outubro de 1932 cria a Aliança Integralista Brasileira. O prestígio das ideias do ditador italiano e a propaganda anticomunista vigorosa deram-se as mãos, permitindo a construção de um partido de massas, com mais de  4 mil células espalhadas pelo país.

Ainda dentro dos anos 30, o nazismo que atraiu muitos cidadãos pelo mundo afora, aportou no Brasil com a força de  núcleos legalizados em 18 Estados, e se destacando como o mais forte movimento dentre todos os países que formalizaram o nazismo fora da Alemanha

Nazismo, fascismo, integralismo ou qualquer ‘ismo’ político não nasce do nada. Político nenhum, por mais poder de retórica ou carisma que tenha, não consegue criar movimentos ou partidos políticos fortes e consistentes, sem haver uma base social que compactue com seu pensamento, suas ideias.

É dentro desse raciocínio que se consegue vislumbrar, porque um político com sua homofobia explícita, um racismo sem cabresto, misoginia sem qualquer pudor, de repente toma conta de 1/4 da população brasileira. Brasileiros  que continuaram firmes e fortes com o discurso do Capitão, mesmo quando fez gracinhas com uma pandemia que retirou mais de 600 mil viventes do convívio familiar. Negou vacinas, desestimulou o uso de máscaras, incentivou aglomerações.

A afinidade pela violência, o carinho pelos regimes autoritários, o estímulo ao militarismo. O desapego às liberdades democráticas e o apego irresistível ao poder. E os milhões de brasileiros a torcer, aplaudir e vibrar com seu discurso de ódio, na mesma linha do estímulo ao armamentismo da população

Alguém consegue visualizar diferenças da Itália dos anos 30 ou do nazismo de Hitler? E do integralismo de Plínio Salgado que falava em Deus, Pátria e Família?

Uma olhada no retrovisor da história e vai-se enxergar fascismo/nazismo/integralismo na consciência de milhões de brasileiros apoiando com fervor os caminhos totalitários percorridos a partir de 1964, quando os militares praticaram a violência de extirpar de nosso convívio as liberdades democráticas, implantando um regime de força que expulsou, torturou e assassinou nos porões infectos da ditadura muitos cidadãos comprometidos em redemocratizar o país.

Há de se deduzir portanto, que os seguidores de Plínio Salgado, os devotos de Hitler, os admiradores dos militares, compartilhavam a mesma visão política e a mesma consciência social do rebanho que hoje aplaude o discurso de ódio e violência do ‘mito’ Jair Bolsonaro.

Fonte: Sebastião Costa
Créditos: Polêmica Paraíba