A Jovem Pan divulgou comunicado, na tarde de hoje, lamentando a briga com Glenn Greenwald, durante participação no programa “Pânico”.
A agressão aconteceu depois de Glenn chamar Nunes de covarde por ter feito comentários sobre os seus filhos com o deputado David Miranda. Depois da agressão, o apresentador Emilio Surita suspendeu o programa por 12 minutos. Na volta, Augusto Nunes tinha deixado a atração, enquanto Glenn continuava na bancada.
Na nota, a Jovem Pan se diz “defensora vigilante dos princípios democráticos, do pluralismo de ideias e da liberdade de expressão” e que “sempre abriu suas portas para convidados de diferentes campos ideológicos e com opiniões dissonantes”.
“A liberdade de expressão e crítica concedida pela Jovem Pan a seus comentaristas e convidados, contudo, não se estende a nenhum tipo de ofensas e agressões. A empresa repudia com veemência esses comportamentos'”, afirma a emissora. “A Jovem Pan pede desculpas aos ouvintes, espectadores e convidados desta edição do Pânico, inclusive Glenn Greenwald.”
No Twitter, o site The Intercept Brasil, do qual Glenn Greenwald é um dos três fundadores, também divulgou comunicado em que repudia o comportamento de Augusto Nunes.
“É uma conduta lamentável utilizar crianças para agredir adversários políticos e mais ainda, recorrer à agressão física em um debate”, diz trecho da nota. “O Intercept vem a público prestar solidariedade a Glenn Greenwald, jornalista que por conta de seu trabalho está sob ameaça constante há meses e que diariamente tem que lidar com todo tipo de agressão”, completa.
Como foi a agressão
A confusão começou logo após Glenn questionar Nunes se um juiz deveria investigar sua família.
“Nós temos muitas divergências políticas, eu não tenho problema nenhum em ser criticado pelo meu trabalho – eu critico ele também. Mas o que ele fez foi a coisa mais feia e suja que eu vi na minha carreira como jornalista, inclusive fazendo guerra com CIA, governo Obama, governo do Reino Unido. Ele disse que um juiz de menores deveria investigar nossos filhos e decidir se nós deveríamos perder nossos filhos. (Que) eles deveriam voltar para o abrigo, com base nenhuma. Acusando que estamos abandonando, fazendo negligência de nossos filhos. Eu quero saber se você acredita que um juiz de menores deveria investigar nossa família com possibilidade de tirar nossos filhos de nossa casa, sem pai nem mãe, sem família nenhuma”, disse Glenn.
“Essa é a prova de que o Brasil criou o faroeste à brasileira. Quem tem que se explicar é quem comente crimes, quem fica cobrando quem age honestamente. Ouça-me: o que eu disse, vocês vão perceber, é que ele não sabe identificar ironias, não sabe identificar um ataque bem-humorado. Convido ele a provar em que momento eu pedi que algum juizado fizesse isso. Disse apenas que o companheiro dele passa tempo em Brasília, passa o tempo todo lidando com material roubado. Quem vai cuidar dos filhos?”, respondeu Nunes.
Glenn reagiu: “Você é um covarde! Você é um covarde! Eu vou falar o porquê”. Ele então foi interrompido por Nunes. A primeira tentativa de agressão não deu certo, mas depois Nunes atingiu o rosto de Glenn. O norte-americano tentou revidar, mas não conseguiu.
A volta ao ar
Depois de cerca de 12 minutos, o programa voltou ao vivo, sem Nunes. A Jovem Pan pediu desculpas pelo ocorrido. “Não foi nada irônico. (…) Ele nunca falaria que um juiz deveria investigar se os chefes que têm filhos, onde as duas pessoas trabalham. Ele só fala isso sobre nós. Isso é covardia”, disse Glenn.
Marido de Glenn revoltado
Marido de Glenn Greenwald, o deputado federal David Miranda (PSOL-RJ) fez uma série de postagens em sua conta no Twitter mostrando sua revolta com a agressão cometida por Augusto Nunes contra jornalista do The Intercept.
“Augusto Nunes é um indigno. Covarde, sem escrúpulos. É do tamanho da reação lamentável que teve hoje na Jovem Pan”, afirmou o deputado.
Comunicado da Jovem Pan
“A Jovem Pan lamenta o episódio ocorrido ao vivo no programa Pânico desta quinta-feira (7) entre os jornalistas Augusto Nunes e Glenn Greenwald.
Defensora vigilante dos princípios democráticos, do pluralismo de ideias e da liberdade de expressão, a Jovem Pan sempre abriu suas portas para convidados de diferentes campos ideológicos e com opiniões dissonantes, para que cada brasileiro forme seu juízo tendo acesso a visões variadas sobre os temas mais relevantes do momento.
Uma das principais marcas do Pânico é receber personalidades para o debate aberto e franco, bem-humorado e eventualmente ácido. Glenn Greenwald já participou da bancada em diversas outras oportunidades.
A liberdade de expressão e crítica concedida pela Jovem Pan a seus comentaristas e convidados, contudo, não se estende a nenhum tipo de ofensas e agressões. A empresa repudia com veemência esses comportamentos.
A Jovem Pan pede desculpas aos ouvintes, espectadores e convidados desta edição do Pânico, inclusive Glenn Greenwald.”
Fonte: Uol
Créditos: Uol