Uma sucessão de incêndios em florestas e reservas por todo o Estado de Rondônia têm causado mortes, perdas e mudanças na rotina da população. Com queimadas se extendendo por vários dias, a fumaça mergulhou até a capital, Porto Velho, numa nuvem interminável de fumaça.
Focos de incêndio foram registrados em regiões diversas na última quinzena, em meio a um dos períodos mais secos do ano no Estado. Entre 6 e 16 de agosto, o Corpo de Bombeiros do Estado atendeu a mais de 210 ocorrências de queimadas.
Alguns destes focos atingiram locais que também abrigavam assentamentos e fazendas, representando um risco à vida. Na quarta-feira (14) um casal foi encontrado carbonizado em meio aos escombros de sua casa, no assentamento Galo Velho, a 350km de Porto Velho.
Ainda na zona rural do estado, fazendeiros começaram a abandonar seus terrenos e casas ao avistar o fogo se aproximando. No município de Nova União, uma queimada se alastrou por mais de 15 dias numa área de reserva ambiental.
Moro em Rondônia e olha a foto que meu pai acabou de me mandar da fazenda do ao lado da nossa … #PrayforRondonia pic.twitter.com/1UVt0PvuEv
— uma menina ai (@isa03999957) 17 de agosto de 2019
Outro fator de preocupação no aumento das queimadas está no aumento da concentração de monóxido de carbono (CO) na atmosfera. O CO é um gás produzido na combustão, reação química provocada pelos incêndios na vegetação. Em certos níveis, ele pode ser tóxico e até mesmo fatal ao ser humano. Na fronteira entre Rondônia e Bolívia, esta concentração está demasiadamente alta, acima dos 500 e, em alguns pontos, dos 1200 ppbv (partes por bilhão, medida de volume).
A métrica é fornecida pelo monitor de ventos Windy. Confira a seguir a mancha de monóxido de carbono registrada em áreas de queimada:
No domingo, outro foco foi registrado em uma área de vegetação na Zona Norte de Porto Velho, no bairro nacional. Moradores foram atendidos pela Brigada Municipal de incêndio, que ajudou a controlar as chamas e resfriar a área, como prevenção.
Entretanto, após a saída dos bombeiros, o local voltou a pegar fogo, forçando a população a agir por conta própria até o retorno da equipe.
Apesar das queimadas serem, em maior parte, atribuídas ao tempo seco, estudos também têm apontado uma relação entre esta prática e a mudança no regime de chuvas na região Norte do Brasil. Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, analisaram dados dos últimos 20 anos para verificar o efeito da devastação no clima de Rondônia – Estado que já perdeu 50% de sua mata original.
Fonte: Metrojornal
Créditos: Metrojornal