A cota mínima de 30% de candidaturas femininas foi descumprida em 772 municípios, segundo levantamento do Observatório Nacional da Mulher na Política, vinculado à Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados. Esse número representa 13% das cidades do país. Pela regra, todos os partidos devem garantir um mínimo de candidaturas de cada gênero.
O estudo analisou o número de municípios em que todos os partidos respeitaram a cota de gênero. Segundo o levantamento, o estado com a menor participação de candidaturas femininas proporcionais foi o Rio de Janeiro, com 34,29%.
O Mato Grosso do Sul apresentou o maior percentual, com 36,48%. Nos demais estados, a participação feminina nas candidaturas para vereadora variou entre 34% e 36%.
O PCO, mesmo com candidaturas em apenas 22 municípios, foi o partido que mais descumpriu a cota de gênero em números proporcionais. Partidos menores, como Cidadania e Agir, também se destacaram de forma negativa.
Partidos grandes, como PSDB, PT e PL, também tiveram problemas em cumprir a cota. O PSDB descumpriu em 93 municípios, o PT, em 83, e o PL, em 58.
Por outro lado, PCB, PSTU e UP respeitaram a cota em todos os municípios onde lançaram candidatos.
Percentual de desrespeito à cota por partido nos municípios
- PCO: 9,09% (descumpriu em 2 dos 22 municípios)
- Cidadania: 6,49% (descumpriu em 48 dos 740 municípios)
- Agir: 5,15% (descumpriu em 30 dos 583 municípios)
- Mobiliza: 4,97% (descumpriu em 26 dos 523 municípios)
- PSDB: 4,37% (descumpriu em 93 dos 2.129 municípios)
- PMB: 4,32% (descumpriu em 14 dos 324 municípios)
- Rede: 3,99% (descumpriu em 20 dos 501 municípios)
- DC: 3,94% (descumpriu em 21 dos 533 municípios)
- PRTB: 3,67% (descumpriu em 12 dos 327 municípios)
- PV: 2,94% (descumpriu em 30 dos 1.021 municípios)
- Novo: 2,67% (descumpriu em 15 dos 562 municípios)
- Solidariedade: 2,62% (descumpriu em 33 dos 1.260 municípios)
- PT: 2,41% (descumpriu em 83 dos 3.439 municípios)
- Avante: 2,35% (descumpriu em 32 dos 1.362 municípios)
- PC do B: 2,02% (descumpriu em 17 dos 841 municípios)
- PDT: 1,95% (descumpriu em 39 dos 2.002 municípios)
- Podemos (Pode): 1,90% (descumpriu em 38 dos 1.999 municípios)
- PL: 1,89% (descumpriu em 58 dos 3.071 municípios)
- PRD: 1,69% (descumpriu em 24 dos 1.422 municípios)
- PP: 1,65% (descumpriu em 57 dos 3.464 municípios)
- PSD: 1,64% (descumpriu em 55 dos 3.349 municípios)
- PSOL: 1,54% (descumpriu em 8 dos 520 municípios)
- MDB: 1,50% (descumpriu em 58 dos 3.872 municípios)
- União Brasil: 1,46% (descumpriu em 46 dos 3.160 municípios)
- Republicanos: 1,45% (descumpriu em 42 dos 2.891 municípios)
- PSB: 1,35% (descumpriu em 31 dos 2.290 municípios)
- PCB: 0% (cumpriu a cota em todos os 7 municípios)
- PSTU: 0% (cumpriu a cota em todos os 32 municípios)
- UP: 0% (cumpriu a cota em todos os 25 municípios)
Perfil dos eleitos
O perfil mais comum entre os 5.471 prefeitos eleitos no primeiro turno é de homens, brancos, casados e com ensino superior. Apenas 724 candidatas a prefeita foram eleitas (13,2%), embora as mulheres representem a maioria dos eleitores.
Esse número, no entanto, representa um pequeno avanço em comparação às últimas eleições municipais, quando 651 mulheres foram eleitas no primeiro turno (12%) entre os 5.401 prefeitos eleitos.
A faixa etária mais comum entre os eleitos é de 40 a 49 anos (33,3%), seguida por aqueles com idades entre 50 e 59 anos (27,6%).
A maioria dos novos prefeitos (59,3%) possui ensino superior completo, enquanto 25% têm ensino médio.
Em relação à raça, houve pouca mudança em comparação com as eleições municipais de 2020. Neste ano, cerca de 66% dos eleitos são brancos, enquanto 33,6% são pardos e pretos. Em 2020, 67% dos prefeitos eleitos eram brancos e 32% se declararam negros.
R7