O secretário especial de Comunicação da Presidência da República, Márcio de Freitas, e o marqueteiro Elsinho Mouco prepararam para o presidente Michel Temer um discurso sobre renúncia de mandato e convocação de eleições diretas em maio, após a repercussão da delação do empresário Joesley Batista, da JBS.
Porém, no dia 18 daquele mês, Temer mudou de ideia e disse que não renunciaria. O texto preparado pela equipe de comunicação falava em “abreviação”, e não renúncia, da gestão de “transição” do peemedebista.
Temer foi aconselhado pelos ministros Moreira Franco, da Secretaria-Geral da Presidência, e Eliseu Padilha, da Casa Civil, a mudar o discurso e dizer que não cometera crimes. Freitas e Mouco, então, refizeram o texto.
Procurado pela reportagem, o secretário de comunicação disse que não conhece proposta de eleições gerais e que “não se discutiu renúncia em nenhum momento ou nenhum texto”. Já o ministro Moreira Franco garante que “nunca existiu” versão diferente do discurso.
Atualmente investigado por corrupção, obstrução da Justiça e formação de organização criminosa, o presidente perderia a prerrogativa de foro privilegiado em caso de renúncia.
Fonte: Folha de S. Paulo