Cássio: formato de programa repetitivo – Passadas quase 24 horas do resultado das eleições na Paraíba ainda é pertinente e inadiável indagar por que um candidato preferencial até o inicio da campanha, com indicadores sempre acima dos 42%, perdeu a corrida governamental para o reeleito Ricardo Coutinho?
Devem e são alguns os fatores para tentar explicar este fenômeno já que, até antes das eleições, ele sempre fora imbatível e mantém ainda uma liderança eleitoral indiscutível.
No conceito e estratégia, Cássio não conseguiu desta feita encantar a sociedade paraibana como um todo, sobretudo os jovens, que não só os descontentes dos setores organizados do funcionalismo e da sociedade em si, inovou nem conseguiu com uma proposta inovadora como sempre foi de seu perfil. Cá pra nós, o candidato também envelheceu.
De fato ser contra-ponto a Ricardo foi componente importante para ele superar o projeto alternativo apresentado por Vital do Rego Filho, mas isso não era suficiente porque havia uma expectativa maior sobre qual proposta poderia ser mais consiste do que a do governador, e nesse particular as promessas estiveram aquém para a juventude e as pessoas desengajadas da briga partidária.
REFERENCIAS DESCONHECIDAS
Um detalhe: Cássio passou a campanha falando no programa “Boa Nova” e “Cheque Moradia” como se todos soubessem ou lembrassem ainda dessas ações, já desconhecidas do eleitorado. Se tivesse renovado a importância do saneamento básico como forma de tratar a saúde e de nova forma de fazer melhorar a vida das pessoas carentes, talvez sensibilizasse mais carimbos atualizados.
Aliás, no primeiro mês de campanha em conversa conosco, o presidente do 6SIGMA – o instituto mais credenciado com números em cima do lance prevendo até a virada de RC, nos dizia que a aferição que ele tinha da campanha de Cássio demonstrava que o Guia Eleitoral não estava funcionando na ampliação de votos para Cássio, diferentemente do de Ricardo, que o ajudou a crescer.
LINGUAGENS E FORMATO SUPERADOS
Era que o formato, as linguagens, os símbolos, a estética e até inicialmente a mesma voz de Cacá Teixeira remetia o Guia para tempos passados sem as inovações que precisavam existir, como por exemplo fez o de Ricardo com o Rap à lá Chico César e o personagem / ator engraçado exposto no final do segundo turno deram leveza e sintonia com as camadas populares.
Mas, conforme relato de muitas lideranças eleitas e reeleitas desta vez a campanha de Cássio pareceu fechada demais, sem permitir já no primeiro turno uma maior participação de novas pessoas para retroalimentar o processo ficando tudo a cargo de poucas pessoas sem um maior envolvimento dos candidatos e posteriormente eleitos.
FALTOU MAIS ENTROSAMENTO
Era como se faltasse dialogo entre o candidato, sempre considerado uma máquina humana de força eleitoral, e setores importantes da sociedade que queriam participar e não tiveram como fazê-lo já no primeiro turno.
Além do mais, vamos combinar que o resultado de Campina pela primeira vez esteve muito abaixo do que teve Ronaldo Cunha Lima, o próprio Cássio da vez passada e até Ricardo com apoio dele em 2010.
Faltou grude entre proposta mais convincente, inovadora, além do que fizera até agora Ricardo, porque só acusar o governador não foi suficiente para fazer sua campanha avançar e ganhar no primeiro turno, pois as estratégias de Midia (Guia Eleitoral) não conseguiram acrescentar votos no tamanho do que era preciso para vencer.
CANDIDATURAS FAMILIARES
Tem mais fatores, como as candidaturas familiares em quantidade que era questionada silenciosamente nos bastidores e outras cositas mais, a serem expostas no decorrer dos dias.
Tudo isso, sabendo-se que o adversário tem competência de saber fazer política como poucos.
ÚLTIMA
“O olho que existe/ é o que vê…”