Um professor da Universidade de Brasília (UnB) ofereceu cinco pontos extras a alunos que compareceram à aula nessa quarta-feira (15), das 10h às 12h. Mesmo dia e horário em que ocorreram manifestações no DF contra o bloqueio de verbas de universidades federais pelo Ministério da Educação.
Em uma lista de exercícios passada aos estudantes, o professor do Departamento de Estatística George Freitas von Borries afirma: “Os alunos que compareceram à aula do dia 15/5 também receberão cinco pontos adicionais na prova 2” (veja acima).
Estudantes acusam o professor de agir com postura ideológica e de tentar inibir a participação deles no protesto. Depois das reclamações, ele desistiu da pontuação extra.
Ao G1, George Freitas von Borries disse que “por não ter a intenção de constranger ou prejudicar nenhum dos alunos, retirou a possibilidade de pontuação extra pela presença na aula”.
Já a UnB afirmou à reportagem que soube do caso pela imprensa e que não recebeu queixa formal até o momento.
Lista de exercícios
A lista de exercícios foi repassada aos estudantes na quarta-feira, data das manifestações. No dia, houve paralisação de servidores e alunos da UnB por conta dos protestos.
Nesta quinta (16), o caso ganhou repercussão na comunidade acadêmica e nas redes sociais, com críticas à atitude do educador. Após a divulgação do caso, o professor enviou uma nova lista aos estudantes, na qual não faz menção a pontos extras a alunos que não tenham participado do ato na Esplanada dos Ministérios.
Em texto encaminhado aos alunos, von Borries afirma: “Destaco que não haverá pontuação extra no exercício e também não haverá pontuação extra para aluno que compareceu à aula do dia 15/05. Isto atente a reclamações postadas no Facebook (e infelizmente não feitas a mim) de alunos que viram na pontuação extra viés ideológico”.
Comentários polêmicos
Estudantes ouvidos pela reportagem afirmam que o professor é conhecido pelos comentários polêmicos contra minorias. Dizem ainda que ele costuma fazer declarações políticas na sala de aula e expor visão conservadora.
Questionado pelo G1, von Borries preferiu não comentar as acusações dos alunos.
A UnB, por sua vez, afirmou que “os docentes da instituição gozam de autonomia didático-científica e têm liberdade para conduzir suas aulas, em respeito ao princípio da liberdade de cátedra”. No entanto, segundo a universidade, a avaliação dos alunos tem que ser objetiva.
“O regimento interno da UnB estabelece que a nota do estudante levará em conta seu desempenho acadêmico, e não o mero comparecimento à aula em um dia específico.”
Fonte: G1
Créditos: G1