serial killer

Polícia de Goiás impõe sigilo a operação que matou Lázaro

A Polícia Civil de Goiás decretou sigilo das informações relativas aos gastos da operação que matou Lázaro Barbosa, 32, conhecido como o “serial killer do DF”. A restrição vale por 5 anos.

Tomada no dia 13 deste mês, a medida tem o objetivo de evitar vulnerabilidade à corporação, segundo nota da assessoria de imprensa.
“É necessária para não expor as estratégias e equipamentos utilizados na operação, de modo a evitar que a função investigatória da instituição não sofra qualquer vulnerabilidade”, afirmou o comunicado.

O caso foi revelado pelo jornal Correio Braziliense, após ter um pedido de acesso aos dados via LAI (Lei de Acesso à Informação) recusado pelas autoridades goianas.

A caçada ao homem acusado de matar quatro pessoas de uma família no Distrito Federal e fugir para o Goiás durou 20 dias. Em 28 de junho, ele foi morto pelos policiais nas proximidades do município de Águas Lindas de Goiás.

Uma força-tarefa com quase 300 agentes de segurança foi montada para capturá-lo. O contingente usou dezenas de viaturas e helicópteros.

Coordenador do trabalho, o secretário de Segurança Pública de Goiás, Rodney Miranda, foi questionado sobre o custo operacional nas várias entrevistas que concedeu à imprensa, mas não falou sobre valores. Ele costumava fazer um balanço sobre as buscas ao final do dia.

Além de combustível para carros e aeronaves, houve despesas com o deslocamento e permanência do efetivo onde a perseguição estava concentrada.

Na avaliação da cúpula da Polícia Civil, os dados são estratégicos e expô-los pode comprometer o trabalho investigativo desempenhado pelo órgão.

Lázaro foi morto com 39 tiros, segundo o IML (Instituto Médico Legal) de Goiânia. Policiais que participaram da operação relataram ter feito 125 disparos. Além de pistolas, um fuzil foi usado.

Miranda afirmou que Lázaro reagiu à prisão e descarregou uma pistola 380 na direção dos agentes que o perseguiam em uma área de chácaras e mata.

A polícia prossegue com as investigações do caso. Considera a hipótese do envolvimento de fazendeiros, de empresários e de políticos da região em crimes atribuídos a ele, incluindo assassinatos.

Os investigadores trabalham com a hipótese de que ele cometesse crimes sob encomenda e que uma série de ocorrências em que é apontado seu envolvimento possam ter relação com disputas fundiárias.

A apuração tenta responder quem deu dinheiro ao “serial killer do DF”. Segundo a Secretaria de Segurança Pública de Goiás, o criminoso carregava R$ 4.400 no bolso quando foi emboscado e morto.

Miranda disse que, embora Lázaro tenha invadido casas em seus últimos 20 dias de vida, há indícios de que ele tenha recebido os valores de moradores da região.

Lázaro foi apontado como o autor do assassinato de um casal e de seus dois filhos ao invadir uma chácara próxima a Ceilândia, cidade satélite de Brasília. Cláudio Vidal de Oliveira, 48 anos, Gustavo Vidal, 21, e Carlos Eduardo Vidal, 15, foram mortos no local.

Cleonice Andrade, 43, foi levada como refém e seu corpo foi localizado três dias depois às margens de um córrego, sem roupas. De acordo com a polícia, a vítima foi executada com um tiro na nuca.

Após esse crime, foram atribuídas a Lázaro outras invasões a propriedades no DF e em Goiás. Ele baleou moradores em uma chácara e fez reféns em outra. Trocou tiros com policiais e com um funcionário de uma fazenda e roubou armas e veículos.

O fugitivo tinha condenação por duplo homicídio na Bahia. Era considerado foragido da Justiça também por crimes de estupro, roubo à mão armada e porte ilegal de arma de fogo, acusação que o levou à cadeia em 2013 no DF.

Após três anos, progrediu para o regime semiaberto e fugiu. De acordo com informação da Secretaria de Administração Penitenciária do DF, ele não retornou ao sistema após uma saída temporária.

Em 2018, Lázaro foi preso pela polícia de Goiás, mas conseguiu escapar novamente. Desde então, vinha sendo procurado pela polícia.

Fonte: Notícias ao Minuto
Créditos: Polêmica Paraíba