polêmica

Planalto diz que investigação da PF contra Temer 'entrou no terreno da ficção policial'

A Presidência da República classificou, nesta quarta-feira (6), de “imensa farsa” e de um “escândalo digno do Projac” uma investigação da Polícia Federal que tem o presidente Michel Temer (MDB) entre os investigados. Projac se refere a Central Globo de Produção, onde são produzidos programas de ficção da rede de televisão.

“A investigação da Polícia Federal sobre o suposto benefício do presidente Michel Temer ao grupo empresarial Rodrimar entrou no terreno da ficção policial. Isso porque, na verdade, o decreto dos portos não trouxe nada em favor da empresa”, disse a Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência em nota oficial.

O Planalto repudiou a notificação da PF ao STF (Supremo Tribunal Federal) sobre indícios de pagamento de R$ 340 mil mensais a Temer, no fim da década de 90, por parte de empresas da área portuária. A informação, que está sob sigilo, foi publicada pelo blog da jornalista Andréia Sadi.

Temer é investigado no âmbito do chamado inquérito dos portos, que tramita no STF, por suspeita de corrupção passiva e lavagem de dinheiro na edição de decreto para prorrogar os contratos de concessão e arrendamento portuários, que teria beneficiado a empresa Rodrimar, segundo as investigações.

De acordo com o Planalto, a PF tenta reabrir investigação já arquivada duas vezes pela Justiça por falta de provas, mesmo “sem fatos novos ou provas” apresentadas. “Usa agora planilha encontrada nesses arquivos. E com base neste documento produz um fantasioso cenário de reconstrução arqueológica, mas está alimentando apenas uma imensa farsa”, disse o Planalto.

Suposto pagamento de propina a Temer

O chamado inquérito dos portos apura se o presidente Temer cometeu crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro ao editar um decreto que teria favorecido empresas do setor portuário.

O decreto aumentou o prazo dos contratos de concessão de áreas portuárias de 25 para 35 anos, podendo ser prorrogados até 70 anos. Isso beneficiaria as atuais empresas concessionárias. Por isso, a PF investiga, desde setembro de 2017, se a empresa Rodrimar pagou propina a Temer para ser beneficiada.

À PF, no início deste ano, Temer afirmou que a Rodrimar não foi beneficiada com o decreto “conforme demonstram os documentos do Ministério dos Transportes constantes dos autos de investigação e complementados pelos que estão sendo feitos em separado, por petição”, disse. (Com Reuters)

Fonte: UOL
Créditos: UOL