Com histórico de convocações para manifestações em favor de si mesmo e atos antidemocráticos, o Governo Bolsonaro está sendo investigado pela Polícia Federal (PF). Os delegados querem saber até que ponto o Palácio do Planalto está participando ativamente da organização e financiamento dos atos marcados para o dia 7 de setembro. Em depoimentos prestados a PF na última sexta-feira, os delegados questionam o motivo de organizadores da manifestação terem tanta proximidade com membros do alto escalão do governo.
Os depoentes são investigados no inquérito de atos antidemocráticos, comandado pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes. Um deles é Marcos Antonio Pereira Gomes, caminhoneiro conhecido como “Zé Trovão”, que foi questionado sobre seus encontros com Augusto Heleno, ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e Gilson Machado, ministro do Turismo, além de reuniões no Planalto. Ele negou relação com as manifestações.
“Zé Trovão” também foi perguntado sobre quem financia os atos e revelou que a conta informada para depósitos e doações é da Coalizão Pró-Civilização Cristã. Ele disse ainda não ter conhecimento do valor arrecadado até agora. “Que não sabe a destinação dada aos valores arrecadados pelo movimento, com exceção de passagem aérea comprada em nome do declarante, que tinha origem em Curitiba e destino em Rondônia; Que não houve aporte de dinheiro público para os fins do movimento em questão”, diz trecho do depoimento.
A Polícia Federal também quis saber qual a participação da deputada federal Carla Zambelli na organização dos atos. O caminhoneiro disse que ela lidera um movimento próprio. “Respondeu que o tipo de apoio dado pela referida parlamentar é ideológico, já que a deputada acredita que o movimento é democrático e respeita a Constituição; Que perguntado se a referida Deputada é favorável a destituição dos ministros do Supremo Tribunal Federal, respondeu que não, mas é favorável ao impeachment deles”, disse em seu depoimento.
Foram citados ainda no depoimento a empresa Aprosoja e o Rotary Club de Brasília como financiadores dos atos.
Citados no depoimento, os ministros Augusto Heleno e Gilson Machado disseram que já se encontraram com caminhoneiros, mas “jamais conversei sobre manifestações ou paralisações”, disse Heleno. Gilson afirma que apenas tirou fotos. Carla Zambelli informou que é divulgadora e não organizadora dos atos e que sua posição quanto aos ministros do STF é pública.
Fonte: Polêmica Paraíba com informações da CNN
Créditos: Polêmica Paraíba